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SÓ MAIS UM PENSAMENTO SOBRE O AMOR...
Eu sempre me pego pensando em porque maldição eu sou assim, tão estupidamente romântica, inocentemente sonhadora.
Talvez eu seja fruto de uma geração em que os relacionamentos são superficiais, em que as pessoas não se abraçam com frequência, em que é dificil ouvir alguém dizer para o próprio pai: "Cara, eu amo você!".
Para uma pessoa intensa como eu, talvez isso, essa superficialidade tenha gerado bem aqui dentro, uma espécie de carência desse tipo de afeto, desse carinho genuíno, desse querer bem por querer bem, sem que seja necessário motivo, explicação...
Esses dias eu vi um filme que me fez ver tudo sobre uma seguda perspectiva... A de que talvez eu seja assim porque eu cresci completamente influenciada pelo romantismo doloroso do pop rock.
Eu aprendi a viajar ao som do Bon Jovi cantando "I'll be there for you", Guns N' Roses e seu "Patience", Lulu Santos sendo o "Último Romântico", os Paralamas ensinando que "saber amar é saber deixar alguém te amar", avisando "cuide bem do seu amor, seja quem for", e mostrando como "a gente até odeia quem ama, por quase um segundo, mas que depois, a gente ama mais"...
Pra acabar de melar a história toda, tem aquele tal de Cazuza né? Esse é culpado sem direito a julgamento! Me fazer acreditar que ser tão estupidamente exagerada é normal! Que é normal eu deixar de respirar, que é normal eu morrer de fome, se você não me amar!!
E como se não bastassem as trilhas sonoras, ainda houveram os filmes e livros de amor, ahhh, esses imperdoavelmente me reviraram a alma, me fizeram o avesso do avesso do avesso... Neles, com eles, por eles, senti dor, piedade, paixão, torpor...
Como esquecer a última cena de O Paciente Inglês "- Eu sempre te amei"... essa fala, essa cena, essa, ainda que eu viva 500 anos, essa não vai me abandonar!
E os poetas? Desses me recuso sequer a falar... Malditos sejam! Bando de fingidores, que fingem tão completamente, que chegam a fingir que é dor, a dor que deveras sentem!
Será? Será que sou mero produto tolo de uma geração artística que me fez acreditar piamente numa ilusão, numa história inventada?
Ah eu não quero acreditar... Porque já senti na pele a força e o poder desse sentimento insano e mágico, que alimenta a alma e corrói as vísceras a um só tempo!
Seja lá quem ou o que é responsável por esse ser estranha e peculiarmente exagerado e romântico que me tornei, tudo que importa ao final, é que por mais que eu tenha tentado, eu não sei mudar, não sei ser diferente, não sei ser INDIFERENTE.
Eu ainda choro ouvindo uma música de amor! Eu ainda choro assistindo Casablanca ou lendo Neruda, e, pior, eu ainda acredito, acredito, acredito, e não sei deixar de acreditar nesse tal de amor!
Como podem as pessoas ter tanto medo de se entregar? De se relacionar, se envolver, se apaixonar?
Tá, você pode sofrer? Pode errar? E daí? Nós cometemos tantos erros na vida em nome de coisas tão banais...
Então, por que? Que se danem os erros, os medos, enganos, impedimentos, tudo! Isso é tão pouco, é tão nada, se você puder sentir nessa vida, por cinco minutos, a magia de encostar as suas mãos na de alguém e sentir o seu corpo levitar...
Se vc puder recostar a cabeça em seu peito e saber que ali está o seu pedaço preferido no mundo, o seu universo particular...
Se você fizer aquela pessoa sorrir, e ver no sorriso dela o verdadeiro significado da felicidade...
Se mergulhar em seus olhos na certeza de que ali, é definitivamente, o lugar aonde você gostaria de se afogar!
Se você puder, ao menos uma vez na vida, sentir-se pleno ao lado de alguém, só por tê-la ali, naquele exato pedacinho de tempo, ao seu lado, só pra você, só por você...
Se você puder sentir uma única vez o poder, o contentamento, a plenitude, o encantamento, o êxtase, a SUBLIME sensação de AMAR...
Ah! Você ousaria dizer, que acontecesse o que acontecesse depois, não teria valido a pena?
Você ousaria dizer que a melhor parte da vida, não é, definitivamente, saber amar?
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