terça-feira, 23 de março de 2010

POEMA

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FULMINANTE

Minha voz, sem teus ouvidos, anda muda
Meus braços, abraçam o que ninguém vê
Meus olhos, cegos, suplicam por ajuda
Sem ouvir-te, já não quero mais viver!

Desvairada, gero-te em minhas entranhas
Mar de ilusões que banha meu coração
Em prantos e preces rogo por tuas manhas
Pois que és, tu, toda a minha razão...

Nos recônditos de minh'alma dilacerada
Assisto o fatídico fim, me recuso a aceitar
Se perpetua em mim, presença execrada
De tão cruel, a dor quase me faz acreditar...

Sentidos sem sentido preenchem meu hábito
Em meu âmago continua palpitando fumegante
Exijo beber até o último resquício do teu hálito...
Sucumbo a ti, sempre... Verdade fulminante!



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