domingo, 28 de fevereiro de 2010

POEMA

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DOENTE DE PAIXÃO

Tu és, único alimento perene da minh'alma
Antes nula, por ti a ferro e fogo marcada.
Inquietude que me revira, olhar que me cega
Busca pelo encantamento, ausência sem trégua...

Quero o bálsamo do teu elixir a me embriagar
Todas as emoções, sem vicissitudes, sem quedar
Beber no teu cálice sagrado, por mim idolatrado
Sentir o prazer, nunca antes por outra provado.

Vejo em ti a profanação implícita na procura
Transborda meu corpo, me fazendo suar em luxúria
Finda eternamente, por um momento, a necessidade
Até ser novamente dominada pela insana vontade...

Que como lâmina afiada, acutilando, me fere
Me conduz ao inferno, me queima em febre
Num luxo radioso de quimeras e tentações
Provoca dúvida, certeza, infinitas sensações.

Me pergunto se haverá para esse amor um fim.
Morrerá de fato, será passado, enterrado em mim?
Ou rumarei ao abismo, cairei... Doente de paixão?
Na euforia do desespero, sobreviverá meu coração?





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sábado, 27 de fevereiro de 2010

SONETO

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DESASSOSSEGO

Tomada toda, pelo desassossego
Sob o domínio do tumulto constante
A impossibilidade do desapego
Incerteza e bem querer incessante.

Desejo aterrador de encontrar aconchego
Em teus braços, por um ínfimo instante
Donde hei de repousar sem pespego
E me torturar nesse amor viciante!

Quão necessário é viver essa dor?
Me faz sentir viva essa ferida de amor!
Lancinante; corrói, me fere de açoite...

Teu corpo trépido, meu contentamento!
Troco a vida pelo deslumbramento,
De te ter, por uma única noite...

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

POEMA DE AMOR

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DE TUDO... VOCÊ

De todas as tentações
De todas as sensações
De todas as emoções
À que não resisto, é você!

De todos os amores
De todos os temores
De todos os horrores
O que não fujo, é você!

De todos os sentimentos
De todos os momentos
De todos os tormentos
O mais forte, é você!

De todos os desejos
De todos os ensejos
De todos os meus medos
O que me vence, é você!

De todo o infinito
De tudo o que sinto
De tudo que me é dito
A única verdade, é você!

De todo o querer
De todo o prazer
A cada amanhecer
O que me invade, é você!

De todo contentamento
De todo encantamento
De todo atordoamento
A causa e efeito, é você!

De todas as descobertas
Cada nova porta aberta
Até nas coisas mais incertas
O tudo que importa, é você!

De todos os rostos
De todos os gostos
Dentre todos os outros
Só o que eu quero, é sempre, você!


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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

POEMA DE AMOR / DESEJO

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GOSTO

Gosto desse teu jeito dissimulado
Dessa sensação de estar sempre tudo errado
Gosto desse teu amor bandido
Desse teu gosto de fruto proibido

Gosto de com força abissal te odiar
Quando me diz arrogante: 'tanto faz'
Só pra depois, insana e novamente te amar
Quando ousado me fala: 'te quero ainda mais'

Gosto de como pode ser puro e profano
E atrevidamente meigo, diz que me ama
Com esse teu sorriso docemente leviano
Que de tão lindo, quase me engana...

Gosto de cada partícula desse amor
Cada átomo, gesto, ilusão, cada sabor
Gosto de tudo, com desejo aterrador
Cada pedaço do teu corpo, teu delicioso odor!

Gosto de quando indecente me chama
E me faz feliz, sem nem pensar em parar
Essa malícia com que me leva pra cama
Ahh! Eu Adoro o teu jeito louco de amar...


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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

UM DESABAFO?

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RETRATO

Já não ando mais, nem sequer sonhando
Estou aqui... Tão somente, sobrevivendo
Vegetando, maçada, me arrastando...
Nem sei mais se continuo sofrendo
Tomada por um pouco, ou muito de nada
Talvez eu esteja só, anestesiada

Em meio à torpeza da minh'alma vazia
Donde andará perdida a salvação?
Numa prece, numa romaria?
O rio da indifereça leva meu coração
Imploro pela dor no lugar da alegria
Qualquer coisa! Mas que me traga emoção!

Minhas feridas abertas não cicatrizam
Tampouco ardem ou me martirizam... 
Não possuo mais, nem mesmo lembranças
sepultado jaz, mais do que as esperanças,
morto também estão os meus sonhos perdidos
sem que eu tenha tido sequer a chance,
de tê-los por um único momento, vivido...


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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

POEMA

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O SABOR DA VIDA

O sabor da vida é o amor que fomentamos
A riqueza dos sentimentos que damos
O sorriso sincero que nunca forjamos
A beleza da arte que com prazer apreciamos

É o sol que nosso corpo bronzeia
A paixão que dentro de nós incendeia
Cada pessoa importante que nos rodeia
E os sonhos que nossa mente permeia

O sabor da vida é se entregar aos anseios
ter coragem, viver e amar sem rodeios
É aceitar nossos mais profundos desejos
Viver nossas loucuras, nossos lampejos

É viver cada momento com intensidade
Sentir tudo ao limite, não aceitar metade
É ser feliz, triste, mas ser com verdade
E amar à exaustão, com força e vontade!


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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

POEMA DE AMOR E DOR

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SEI QUE ESTOU ERRADA

A impossibilidade de viver esse amor
Desperta em mim o medo e o rancor.
Quero, preciso aprender a desistir,
meu coração teimoso, insiste em insistir.

Me vejo sempre e novamente a tentar,
Na certeza irrefutável de que me fará chorar...
Não é nos meus braços que se entregando vai amar!
Não são os meus lábios que de madrugada vai beijar!

A dor corrói e queima em brasas dentro de mim,
Sem saída, estou cega, não vejo o fim.
O ciúme aos poucos está a me matar,
Desesperada não consigo, não sei parar!

Eu preciso, necessito, devo esquecer!
Não aprendi, ninguém me ensinou a fazer...
Então imploro pelas migalhas deixadas.
E eu sei, por Deus; sei que estou errada!

Mas algum dia deixarei de errar?
Deixarei de tão profundamente amar?
Por que então, não consigo enxergar?
Só te quero, e de querer não posso deixar!

Reunirei  forças para contra esse amor lutar?
Cessarei de insanamente, nele acreditar?
Não! Vou sofrer, vou queimar, vou chorar e morrer,
vou dormir, acordar, e sem trégua vou arder...

Mas eu sei... Jamais vou deixar de amar você!


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

POEMA

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COMBATENTE

Quisera tirar o elmo reluzente
com que te proteges veemente
Quisera tirar a adaga de prata
com que atacas e por vezes mata

Quisera pudesse ver tua fraqueza
escondida por detrás da aspereza
dos brutos modos com que discorre
acreditando ser o que nunca morre

Quisera arrancar de ti essa farsa
vê-lo chorar ao ler uma esparsa
Quisera mostrasse os teus medos
teus desejos, anseios e segredos

Quisera demonstrasse o que sentes
só como o homem, não o combatente
Que deixasse para sempre de forjar
e vivesse para o que nasceu: amar...


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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

UMA MENSAGEM...

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*
Seus olhos, abra-os
Permita à luz entrar, para neles refletir
*
A beleza da tua alma
Exposta, mostrando quem você é, sem resistir
*
Banhado nas águas da verdade
Ouse desejar, mas somente aquilo que realmente quer ter
*
Querendo
Tenha fé, insista, arrisque-se, invista, não se deixe abater
*
Seja enfim tomado
Pela força da coragem, que só o amor é capaz de despertar
*
Uma vez acordado,
Aproveite cada momento que a vida lhe proporcionar
*
Abrace tudo com seu coração
Simplesmente abra-o, depois convide o amor a nele habitar
*
E porque é preciso ser feliz
Entregue-se, viva, e faça tudo isso sem hesitar!


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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

HOMENAGEM AOS POETAS

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POETA

Donde andará, e como há de ser a alma do poeta?
Será esmeralda, rubi, diamante; e se for, de qual cor?
Certo é, que não é feita de pedra,
Ainda que delas tenha o brilho, a pureza e o valor.

E o coração do poeta que se põe a versejar,
Baterá desolado? Terá sido pelo desamor maltratado?
Ainda que triste, o vejo reluzente; e sonhando a suspirar...
Pois que mesmo embuçado, não há poeta que viva embotado!

Quisera ver a aura desses seres ausentes (tão presentes);
Ser clarividente, para conseguir em minúcias lê-los,
Arrancar-lhes um pouco do tanto que sentem,
Eis que por muito que sofram (e sofrem), amam intensamente.

Ah! Quem dera conhecer o sabor do poeta... E o seu odor...
Será Absinto? Quase sinto... Donde emana tamanho calor?
Que em versos se derrama como quem sangra em profundo corte;
Que amando se faz eterno, e não morre nem mesmo na morte!




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POEMA DE AMOR (?)

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GRAVADO

Anda gravado em mim aquele som: 'eu amo você'
Senti que me idealizava,
então duvidei...
Insistiu,
mil vezes mais repetiu,
relutei,
desconfiada me recusei...

Determinado,
palavras de amor me dedicou
Em versos adocicados me enredou...
Acreditei!
Me entreguei,
fui excessivamente feliz.
Louca, insana e intensamente,
no limite, à exaustão,
simplesmente amei...

Me pediu: "não desista, não me abandone"
Eu nunca o faria,
não desisti, não abandonei!
Quem o fez foi você...
E incrédula o vi indo embora,
quis gritar: 'cadê o tal do amor de outrora?'
Mas em prantos mudos, congelada fiquei
calei, sofri, chorei, me desesperei,
por fim, levantei...

Mas deixar de te amar?
Não. Isso eu nunca deixei!

***