sexta-feira, 30 de abril de 2010

POEMA DE AMOR

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SENSAÇÕES

De todas as flores que cheirei
nenhuma, nem remotamente, possuia melhor odor que seu corpo
suado, sobre o meu...

De todos os passáros que ouvi
nenhum deles trouxe aos meus ouvidos som mais macio
mais cândido e sedutor do que a tua voz.

De todos os animais que vi
nenhum tinha aparência mais feroz, do que a tua
ao me tomar pra si, com ímpeto avassaladoramente dominador.

De todas as frutas que provei
nenhuma delas deu a mim prazer de tão doce sabor
quanto a tua saliva quente a molhar minha boca sedenta.

De todas os espetáculos que presenciei
nenhum foi mais romântico ou sensual do que
a dança das nossas línguas e dos nossos corpos, a fazer amor.

De todas as obras de arte que apreciei
não houve uma mais bela ou que dissesse mais ao meu coração
do que o teu sorriso, que me abriu as portas do mundo e da felicidade.

De todos os astros do céu,
nem o sol, as estrelas, a lua ou o mais ilustre dos cometas...
nada se assemelha ao que vejo quando contemplo teus olhos a reluzir o brilho sem igual da tua alma.

De todas as viagens que fiz,
paisagens que admirei e caminhos errantes que trilhei
nenhum se compara em beleza ou contentamento, àquele que percorri, pelo teu corpo, nú

De todas as chuvas e tempestades,
nem a mais cruel e torrencial me assustou ou machucou tanto
quanto as lágrimas tristes que rolaram por tua face perfeita e pálida

De todos os verões pelos quais passei
nem o dia mais quente, foi tão quente e tortuoso
quanto o calor que senti, ao te ver me olhar, e vacilante me dizer: "oi"

Dentre tantas palavras lindas,
nenhuma me agradou tanto, quanto aquela malditamente depravada
que sem pudor me disse ao ouvido, enquanto segurava forte meus cabelos úmidos

De todos os sonhos que sonhei
nenhum é tão grandioso e perfeito, quanto àquele que ainda não realizei,
e que continuo a sonhar, sempre, a todo instante, sem cessar: viver eternamente em teus braços

De todas as alegrias, me pergunto:
Pode haver alguma maior do que vê-lo sorrir, olhando profundamente em meus olhos, enquanto estamos enlaçados um ao outro como se fôssemos apenas um?

Sim, pode. E há!
É te ver e te ter assim: com teu corpo emaranhado ao meu, me olhando "daquele" jeito e com tua boca indecente a sorrir, dizendo uma vez mais: "Eu amo você"...



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quarta-feira, 28 de abril de 2010

POEMA, CRÔNICA, PENSAMENTO? SEI LÁ...

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PASSAGEM



Aonde estão escondidas as minhas lágrimas? Secaram?
E o meu sorriso? Cadê?
E todas aquelas coisas nas quais eu acreditava?
Em algum lugar do mundo, alguém acreditará nelas agora?
Porque malditamente estou assim? Perdida na solidão dessa noite escura
Tão cheia desse imenso vazio de sentimentos...
Ah! E pensar que outrora meu coração pulsava forte
Que corajosa eu não temia nem mesmo a morte!
Mas e agora?
Agora são só um amontoado de perguntas...
Aonde foram parar todas aquelas pessoas?
E suas ideias, e seus ideais?
E o que aconteceu com aqueles que queriam mudar o mundo?
Desistiram? Ou foram só vencidos?
Aonde está agora, quando mais preciso, aquele amor?
Aquele mesmo, que me jurou a eternidade
Que foi embora e só deixou saudade...
Aonde está aquele rosto bonito, de feições leves
E a pele acetinada que eu via no espelho?
Aonde foi parar aquele brilho radiante nos grandes olhos azuis, que um dia foram meus?
Aonde estarão guardadas as carta de amor e os versos que dediquei? E os que recebi?
E os livros que li, as escolhas que fiz, os caminhos que trilhei, o que me trouxeram? Terão feito diferença? Pra quem?
Quantas e tantas pessoas conheci. Alguma delas se lembrará de mim?
Não sei!
Só sei que estou aqui... No som "Total Eclipse of the heart"...
Doce gosto amargo de nostalgia... Bons tempos, tempos vividos... Tempos vivos!
Falta?
Falta sinto do ímpeto, do desejo, da discussão acalorada, da paixão desenfreada, daquele sentimento que de tão grande, aterrorizava meu coração. Daquela sensação louca que causava o terrível e delicioso desassossego constante...
Ah! Quanto tempo se passou, que eu nem percebi?
Aonde eu deixei os meus sonhos? Em que momento os perdi?
Não me dei conta, não vi...
Vida... Vida... Vida! Estamos só de passagem...
Terei eu, dado o melhor de mim?



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POEMA

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Esse poema é uma homenagem a dois amigos queridos: Luciano e Mel



TIMIDEZ

Nos amamos assim, em silêncio
Olhares furtivos e desviados
Sorrisos tímidos e apaixonados
Nesse infinito e algoz suplício

Á espera do momento perfeito
Seguimos na ânsia de enfim falar
Vontade insana de ao mundo gritar
"Eu te quero a todo momento!"

Dias e horas passam lentamente
Nos tocamos tão apaixonadamente
Mas nenhum de nós ousa se declarar

Até quando suportaremos a espera?
Bastaria um sussurro. Ah! Quem dera:
"Eu te amo, e só contigo quero ficar..."




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terça-feira, 27 de abril de 2010

POEMA

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NAU

Coloquei minha nau ao mar
Os fárois são meu olhos
As velas meus cabelos
A bússola meu coração
O destino é a vida...

A tempestade agita as águas
Olhos pela névoa embaçados
Cabelos pela chuva bagunçados
No meu coração, de repente, você
Minha nau navega perdida...

Seguro as velas do meu destino
Cabelos ao vento indicam a direção
Com o coração o caminho ilumino
Meu olhos reluzem a vida e a paixão
Preciso salvar a nau...

A maré novamente se acalma
O destino ainda é a vida
Mas mudou de rumo a embarcação
A bússola agora é a emoção
O mar há de me levar ao teu coração...


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UM PENSAMENTO...

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EMOÇÃO


Infeliz do ser racional, que sempre sabe o que fazer, como fazer e a hora exata de fazer, mas não possui a capacidade de sentir, não dá ouvido aos instintos, não se deixa levar pela emoção inexplicável e desmedida... 
Infeliz daquele que nunca sentiu a ternura proveniente de um afago
Que nunca sentiu o arrepio causado pelo sussurro ao ouvido, do ser amado
Que nunca chorou ao som "daquela" canção
Que nunca se emocionou na cena "daquele" filme
Que não deixou que "aquele" livro lhe tocasse profundamente...
Infeliz daquele que nunca leu uma poesia, não com os olhos, mas com a alma e o coração!
Que não sentiu-se tocado pela verdadeira amizade
Que não sofreu terrivelmente o sufocamento da angústia e da espera
Que nunca se contorceu de dor
Que não passou uma noite em claro, confuso e indeciso
Que não sentiu a tortuosa plenitude do gozo aterrador
Que não cometeu uma única loucura levado pela paixão
Que não sentiu o infinito e transformador poder do amor
Infeliz daquele, que nunca viveu, por um segundo que seja, insanamente...
Será que esse alguém viveu?




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sexta-feira, 23 de abril de 2010

UMA MÚSICA...

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Hoje essa música cruzou o meu caminho... E foi tão por acaso, que não pode, definitivamente, ser mero acaso!

E ela diz tanto, tanto, tanto... Que decidi compartilhar com vocês!

"Nada a temer 
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas
Da mata escura"

Espero que gostem...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

AGRADECIMENTO

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Olá pessoas,

Eu estou muito feliz, por estar bem pertinho de completar 7.000 visitas em meu blog, que é ainda um bebê!

Eu pensei em, para "comemorar", postar uma coisa bem diferente, um conto, dividido em poucos capítulos... Eu postaria um capítulo por dia, de forma que as pessoas pudessem ir acompanhando o desenrolar da história.

Mas, porém, entretanto, sobretudo, todavia (rsrsrs) eu não sei quem são as pessoas que têm dado as caras por aqui e me prestigiado com sua presença, porque vocês nem me deixam um recadinho, não é?

Será que vocês, queridos anônimos e "ocultos" gostariam de ler um conto, nesse formato de que falei?

Enfim, help me pleaseeee!! Digam qualquer coisa, para que eu possa começar a escrever, ou abortar de uma vez a ideia!

Beijos a todos, e muito, muito, muitíssimo obrigada pelas visitas!!

Natalia

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terça-feira, 20 de abril de 2010

POEMA DE AMOR

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DEVOÇÃO

Amo-te, porque só assim sei viver
Porque é inerente a meu ser amar-te
Porque amar-te faz-me florescer
Porque és de mim, toda e cada parte...

Amo-te, porque tens o melhor sorriso
Porque teus olhos iluminam meu mundo
Porque carregas o gosto do Paraíso
Porque tens nas mãos a seda e o veludo...

Amo-te, porque habitas meu coração
Porque sem ti, nem sei respirar
Porque envolve-me com tua emoção
Porque necessito-te para amar!

Amo-te hoje e amar-te-ei toda a vida
Porque amar-te é poesia, é encantamento
Porque sem amar-te sinto-me perdida
Porque na fome és meu único alimento...

Amo-te, porque só a ti desejo amar
Mesmo quando calas posso escutar-te
Não há regras, não há como explicar
És toda a razão de fazer-me amar-te!


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E só porque eu choro muito, sempre, ao som de Debussy...

http://www.youtube.com/watch?v=GWpV7L4YHuU&NR=1

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Eu declamando, ou lendo, sei lá!

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terça-feira, 13 de abril de 2010

SONETO

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OBSESSÃO

Tu vens num pensamento mundano
Desperta em mim a ânsia incontrolável
És inexoravelmente profano
Me aterroriza com desejo implacável

Humano, tentadoramente humano
Trazes a luxúria perene, irremediável
Reina sobre mim, malditamente soberano...
És avassaladoramente inevitável

Me preenche de cólera e paixão
Que de tão grande é sofreguidão
Não cessa, indelével penitência...

Ah! Aflição corrosiva me aplaca
Inquietude, nada em mim escapa...
Sim, és tu, toda minha existência!



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segunda-feira, 12 de abril de 2010

POEMA

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DECLARAÇÃO

Enquanto houver sol
Há de estar quente meu peito
Para que possa em mim descansar...

Enquanto houver luz
Hei de ver seu olhar pedinte
E com meu sorriso sincero te iluminar...

Enquanto houver estrela
Há de notar que diante do meu amor
É tão, tão pequena, a imensidão do infinito...

Enquanto houver uma palavra
Hei de usá-la só para dizer
O quanto te amo, te amo, invariavelmente e repetido...

Enquanto houver poesia
Hei de lê-la, de sentí-la, e nela voar
Como passáro livre hei de cantar...

Enquanto houver esperança
Estarei aqui, nesse ou em outro lugar
Mas sempre assim, a te esperar...

Enquanto houver desejo
Você, só você, há de me levar ao Paraíso
E em meus pensamentos loucos, há de habitar...

Enquanto houver dor
Lágrimas hei de derramar, só para me lembrar
Do quanto é boa, a tal felicidade!

Enquanto houver vida
Hei de lutar, de aprender, de sonhar
E mesmo fingindo hei de dizer a verdade...

Enquanto houver amor
Hei de sentir a sutileza de cada emoção
E o aterrador que assola meu coração, a pulsar...

Enquanto existir você

Hei de acreditar, de viver, de sorrir, de chorar
E de tudo, acima, antes, e com mais força, hei de amar, amar e amar...


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DRUMMOND

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A poesia que me lê, como nenhuma outra...



QUERO
Carlos Drummond de Andrade


Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
 
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
 
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.


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domingo, 11 de abril de 2010

POEMA

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ANSEIOS

Que eu não seja uma nuvem
A menos que seja para me derramar em chuva
sobre as terras áridas,
que colheitas fartas não vingaram...

Que eu não seja uma flor
Porque dela nunca terei o odor
Mas hei de apreciar sua beleza
e festejar as tantas que desabrocharam... 

Que eu não seja em nenhuma hipótese, ovacionada
Porque de todas as coisas que fiz
nada tem real valimento;
são só palavras, que se amontoaram...

Que eu não tenha ídolos ou fãs
Porque somos todos iguais
os simples e os geniais;
apenas mentes ousadas que sonharam...

Que eu não seja um caminho
Porque não estou certa ou errada
Mas que eu encontre o meu
e que seja permeado de luz e bondade...

Que eu não seja uma canção
Porque dela nunca terei o lirismo
tampouco saberei tocar um coração
com tamanha, generosidade...

Que eu não seja uma santidade
Porque serei sempre assim...humana,
e porque pode-se, sim, viver
com mais amor e menos maldade...

Que eu não seja nunca, venerada
Que eu seja só, amada;
tudo isso, ou quase nada,
desde que seja, verdade...

Que eu seja pra sempre essa mulher comum,
que vivendo é capaz de sonhar,
e continua em seu peito a alimentar,
esse tanto, imenso, sem fim... De amor.


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Para acompanhar, eu tomei a liberdade de escolher
Clare de Lune, Debussy...


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sábado, 10 de abril de 2010

SONETO

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RENASCIMENTO


Lábios ressecados de uma fera
Olhos de safira, tão tristonhos
Derramam o sal dos teus sonhos
Como chuva forte na primavera.

Intimamente a felicidade espera...
Para afastar o pesadelo medonho
E trazer de volta o seu eu risonho
Numa ilusão, uma doce quimera...

Repelir o sentimento amargurado
Deixar de estar assim, tão torturado
Preencher de amor, esse peito oco...

Sentir-se novamente como criança
Tomar o aroma gentil da esperança
Voltar à alegria, dar fim ao sufoco!


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sexta-feira, 9 de abril de 2010

SONETO

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ESGOTAMENTO

Afogada no mar turvo da incerteza
Tropeço em busca do último suspirar
Assolada por ainda mais aspereza
Me debato, tento o horror quedar.

Dominada pela ira, refém da rudeza
Busco minh'alma com amor penetrar
Meu reflexo bruto causa estranheza
Já nem sei quem sou, qual é meu lugar.

Anseio uma gota mais de encantamento
Meus olhos cegos, já não te podem ver!
Sem tua imagem, é tudo esquecimento...

A voz do silêncio continua a arder
Prenúncio do fim, o esgotamento...
Morto o amor, o que faltará morrer?



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quinta-feira, 1 de abril de 2010

VÍDEO MÚSICA

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Amo essa música, e fiz esse vídeo (montagem de fotos) e tradução (meia boca) rsrs.

Dedico ao homem da minha vida, que eu nunca, jamais, vou conseguir deixar de amar...

CAN'T STOP LOVING YOU


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