sexta-feira, 28 de maio de 2010

UM "SONETOZINHO"

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DESILUSÕES

Quando finda o encanto
Revelam-se as verdades
Derrama-se todo o pranto
Mas ficam as saudades...

Sobre os erros joga-se o manto
Esconde-se então as maldades
Sabe-se apenas que amou tanto
Busca-se novamente felicidades

Luta-se para viver a emoção
De encontrar uma nova paixão
Um novo desejo, fogo e ardor...

Mas é triste e fria a sensação
Que assola qualquer coração
Quando sente findar um amor...


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quarta-feira, 26 de maio de 2010

POEMA

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FACETAS


Eu tenho tudo
Eu não tenho nada
Sou madrugada
Sou alvorada

Eu caminho
Eu sigo parada
Sou escuridão
sou iluminada

Eu choro de dor
Pulo de alegria
Sou sem cor
Sou colorida

Eu me aproximo
Eu vou embora
Sou execrada
Sou bem vinda

Eu quero ser livre
Eu estou amarrada
Sou amada
Sou iludida

Eu me escondo
Eu me embriago
Sou reservada
Sou atrevida

Eu choro covarde
Eu me banho em coragem
Sou medrosa
Sou destemida

Eu brigo e berro
Eu peço pra ser perdoada
Sou intolerante
Sou desarmada

Eu fico louca
Eu fico maravilhada
Sou indignada
Sou abençoada

Eu fico quente
Eu torno-me gelada
Sou dia de sol
Sou noite enluarada

Eu acerto
Estou sempre errada
Sou querida
Sou odiada

Eu quero o céu
Eu tenho o inferno
Sou pecadora
Mereço ser perdoada?

Eu faço loucuras
Paixão desmedida
Sou o alívio da chegada
E a dor da despedida...


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domingo, 23 de maio de 2010

POEMA (?)

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INCONDICIONALMENTE

Sigo vivendo desse jeito, assim,
perigosamente

Te deixei entrar, nem sei como,
inexplicavelmente

Me fez sentir viva e feliz, ainda que
incoerentemente

Acelera meu coração de uma maneira... Ah!
Loucamente

Rasga meu peito num arroubo, e se instala lá no fundo
interiormente

Mexe com minh'alma, assim, a um só tempo, amorosa, sutil e
insanamente

Bem querer que não finda, só quer, quer, quer...
Incessantemente

Ilusão? Sonho? Loucura? Devaneio? Seja o que for, é. E é
completamente

Vontade de te sentir aqui, bem aqui em mim,
desesperadamente

E só pode ser você, tem que ser você, só você,
exclusivamente

Ah! Os tantos beijos com que sonhei e sonho,
ardentemente

Os carinhos que com volúpia vai me dar, feroz ou
suavemente

Os sussurros e carícias que sentirei, arrepiada e
deliciosamente

A resposta imediata do meu corpo, que sei, virá,
imediatamente

Desejo louco, insensato, que me aplaca,
inevitavelmente

Louca? Pode ser! Mas é assim que quero você...
Imprudentemente

Se vai me faz sofrer, então dane-se, fará...
Fatalmente

E se eu tiver que chorar, então chorarei, terrivel e
desgraçadamente

Porque não vou fugir, não sou e não serei covarde...
Simplesmente

Quem disse que tem que ser pra vida inteira? Enquanto durar, eu sei, vai ser, eternamente

Se é amor ou paixão pouco importa, só sei que está aqui, latente,
implacavelmente

O que vai ser? Não sei! Mas quero você, quero agora e quero
incondicionalmente...




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sexta-feira, 21 de maio de 2010

POEMA

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ESPERANÇAS

Se eu gritar
bem alto, agudo, forte
alguém me ouvirá?

Se eu chorar
lágrimas de sangue derramar
alguém virá me consolar?

Se eu me calar
ficar reclusa e só
alguém vai reparar?

Se eu sorrir
ficar feliz, reluzente
alguém se contentará?

Se eu disser tudo
usar as melhores palavras
conseguirei o que sinto expressar?

Se eu me dedicar
der o melhor de mim
de alguma coisa adiantará?

Se eu me entregar
de corpo, alma e coração
alguém se importará?

Se eu sumir
desaparecer, se eu morrer
minha falta alguém sentirá?

E se eu amar?
amar, amar, amar e amar
conseguirei seu coração tocar?


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quarta-feira, 19 de maio de 2010

POEMA / PENSAMENTO

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TEMPO

Há tempo de plantar
E há tempo de colher

Há tempo de parar
Há tempo de correr

Há tempo de falar
E o de só escutar

Há tempo de aproveitar
E o tempo de descansar

Há tempo de ser racional
E o de se deixar pela emoção levar

Há o tempo de ter medo
E o tempo de os vencer

Há tempo só de pensar
E há tempo de fazer acontecer

Há tempo de ser sensato
E o de loucuras cometer

Há tempo de se entregar ao amor
E o tempo de sofrer

Há tempo de lutar
E o de saber perder

Há tempo de chorar
E de ser muito feliz também!

Há tempo pra tudo
Até para nada tem tempo...

Há muito tempo para se viver
até o inevitável tempo, de se morrer...

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terça-feira, 18 de maio de 2010

POEMA

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SUFOCADA


Procuro razões, resisto em admitir
Que não tenho motivos para sorrir
Não possuo pessoas a quem me abrir
Ou um lugar seguro para onde ir

Vivo sozinha em meio à multidão
Experimento o dissabor da solidão
Ando por entre carros na escuridão
E só meus olhos cegos me conduzirão

Em busca de uma coisa qualquer
Na ânsia louca de sei lá o que
Será um desejo insano de ter?
Necessidade de uma resposta? Um porque?

Ah! Que medo tenho dessa tal prudência   
Saudade da quase leviandade, da impaciência
Que me fez livre, me permitiu em sonhos voar...
- Não Dona Sensatez, não venha novamente me sufocar!


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quinta-feira, 13 de maio de 2010

PENSAMENTO

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BOMBAS E FLORES


Estive pensando muito acerca das palavras, da sua importância, do que elas podem causar nas pessoas, de como elas podem modificar a forma de pensar e de agir de alguém, do quanto as palavras podem persuadir ou ensinar, do quanto elas podem ferir ou alegrar, do quanto as palavras podem salvar ou afundar de vez uma pessoa nos caminhos da amargura e do desamor.

A realidade é que as palavras podem ainda mais do que isso, elas têm um poder que nós, errônea e/ou inocentemente subestimamos.

E é assim que muitos desentendimentos e desencontros acontecem nessa vida, por palavras ditas ou pelas não ditas!

Quem escreve como eu, ou quem tem grande paixão por literatura por exemplo, inevitavelmente acaba criando com as palavras um vínculo, muitas vezes imperceptível, de extremo afeto. Nós nos pegamos bravos quando vemos alguém escrever o português muito errado.

Mas isso não porque nos julgamos superiores, ou porque queremos dar lição a ninguém, ao contrário, é só e puramente amor a nossa língua pátria e à todas as suas palavras...

Eu sempre acreditei e falei pra quem quisesse ouvir, que aquele papo de que “as vezes é melhor calar” ou "o silêncio pode valer mais do que palavras", era papo de quem não sabia quais palavras dizer, ou não tinha coragem pra isso...

Para mim, ao contrário, o provérbio correto, de quem infelizmente não sei a autoria sempre foi: "calar é a sabedoria dos tolos", e todo o resto, era história pra boi dormir.

Dentro da minha insignificância, as palavras nunca foram dispensáveis, elas sempre precisavam e deviam ser ditas, porque se não dizemos, como se fazer entender?

Cresci e me formei acreditando que ninguém é obrigado a advinhar nada, nem a entender gestos, olhares e entrelinhas, por isso, tornei-me franca e excessivamente direta. As palavras sempre se entenderam bem comigo e eu com elas, por isso, elas nunca me faltaram, ao contrário, acabei por usá-las à exaustão.

Tanto, que me excedi e no percurso, me perdi...

A realidade, é que nunca me preocupei se alguém pudesse sair magoado pelas minhs palavras, porque sempre falei o que acreditava, pensando ser esse o melhor caminho, de que mais vale a verdade que machuca, do que a mentira que afaga.

Obviamente magoei algumas pessoas, nunca deixei de pedir perdão e certamente sofri, senão mais, pelo menos tanto quanto a pessoa magoada, porque além de amante das palavras, sou uma chorona sensível de primeira linha! rsrs

Mas eis que enfim, me deparei com uma situação peculiar: - De fato, eu não preciso esconder as palavras, mas eu preciso sim, ter responsabilidade ao usá-las!

Alguém me disse:

"as palavras tem que ser manipuladas com cuidado pois podem ser piores do que bombas atômicas."

Bombas atômicas, quando lançadas, têm um poder de destruição abissal! E isso me deixou assim, pensando se eu posso nessa vida, ter provocado um efeito "Hiroshima" em alguém.

E em meio a tantos pensamentos, lembranças e palavras, fico a me perguntar:

- Quantas bombas atômicas terei eu usado em minha vida?

Se foi sem querer, se não foi por mal, na verdade parece que nem interessa mais... Qual a diferença? Porque desculpas nem sempre resolvem os problemas, não curam as feridas mais profundas, nem remediam a morte...

A morte de uma pessoa, a morte de um amor, a morte de uma amizade...

Talvez um dia eu aprenda a usar as palavras com sabedoria. Talvez um dia eu faça das minhas bombas, flores, e nesse dia, eu quem sabe possa me dizer, que todas elas valeram a pena ser ditas (ou escritas)!


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POEMA

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EU AMO VOCÊ

Apenas três palavras...
Um mantra
Uma prece
Uma declaração?

Um argumento
Uma resposta
Uma mentira
Uma constatação?

Um erro
Uma dádiva
Uma certeza
Uma ilusão?

Um desejo
Um milagre
Uma fantasia
Uma devoção?

Um raio de sol
Uma estrela no céu
Um anseio da alma
Um grito do coração?

O desabrochar de uma flor
O bater das ondas no mar
O canto de um beija-flor
Uma fascinante inspiração?

Eu amo você...

Tão simples
Tão complicado
Tão singelo
Tão ousado

Tão plausível
Tão surreal
Tão subjetivo
Tão próximo ao Paraíso!

Só três palavras (só?)
Tanto infinito de emoção
Tantos significados...
Nenhuma explicação!


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quarta-feira, 12 de maio de 2010

POEMA

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COERÊNCIA INCOERENTE


Sou aquela que tudo vê
mas que nada sabe
Sou aquela que tudo lê
Mas que nada aprende
Que tudo escuta
mas que nada entende...

Sou aquela que tudo procura
mas pra quem nada importa
Sou aquele pássaro livre
que sem asas, gritando bate à porta
Sou aquela folha seca
caída daquela árvore morta...

Sou aquela que viveu intensamente
agora sobrevive de farelos, migalhas...
A linda flor que desabrochou
Maltratada, sou só o que dela restou
Sou a pirâmide mais que perfeita
que numa aragem desmoronou...

Sou a Deusa mitológica, a mulher feiticeira
sem poderes ou atrativos, sou corriqueira...
Sou a fortaleza inabalável
que despencou à primeira rasteira
Sou o iceberg gelado e duro
que queima por dentro numa fogueira!

Sou aquela translúcida, transparente
Que fala a verdade até quando mente
Antes amante, louca, insensata, tão tão apaixonada
Hoje vazio, imensidão de nada, coerência incoerente...
Sou aquela que sentiu tudo, tudo, e mais!
E que já não sabe o que, como, e se ainda sente...


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sexta-feira, 7 de maio de 2010

POEMA

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FANATISMO

Comtemplo-o quando observo o firmamento
Sempre ausente, está em todo lugar!
Inviolado, hermético, que tormento!
Se vai, e insiste em me enclausurar

Por Deus! Me consome, segue martelando...
Perfume tenebroso, amaldiçoado visgo  
Sórdida e vagarosamente me matando...
Sortilégio! Infindável, cruel castigo!

Solta-me! Preciso jogar-me no abismo
Mergulhar no mais temível furação
Provocar o pior dos abalos sísmicos
Ou te trancar aqui dentro dessa visão!

Vingança? Não! Profecia, promessa...
Vê-lo sentir por um instante o que sinto
Dissolver-me-ia... Um átomo, uma célula
Qualquer coisa eu seria por esse momento!

Oh! Espasmo que leva embora o sacrilégio
Lufada de esperança, nódoa de razão
Aonde estão? Venham, me dêem o privilégio
Um lampejo de sonho que seja... Uma ilusão...


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quinta-feira, 6 de maio de 2010

CRÔNICA

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Para começar essa divagação, explanação,  crônica, ou esse monte de questionamentos que se seguem, vou atacar de "Metade", belíssimo poema de Oswaldo Montenegro, que é sempre, sempre, sempre, tão brilhante:


"Porque metade de mim é amor... 
E a outra metade, também é!"


AMAR NÃO É DIFÍCIL!

Nessas minhas andanças errantes, me deparei com algo peculiar, que mexeu comigo e me colocou a pensar... 

Percebi como tanta gente, e cada vez mais, fala sobre o amor, algo do tipo: "já fui assim, já fiz isso, mas hoje sou mais prudente, porque sofri demais e aprendi"...

E daí, já viu né? Mexeu com o amor, mexeu comigo! hahaha

Não sou, nem pretendo ser dona de uma verdade qualquer (aliás elas existem?), mas sou, e sou mesmo, uma APAIXONADA e defensora ferrenha do AMOR!

Então, eu queria muito entender o que significa esse tal de: "APRENDI".

Sim, como seres em evolução (será?) devemos, ou ao menos deveríamos, sempre aprender com nossos erros, e com os acertos também!

Mas qual o erro em amar demais, mesmo que tenha sido a pessoa errada?
Se você deu tudo de si, entregou-se por inteiro, e não deram valor, então você acha que não valeu a pena?
O que você "aprendeu"? 
A nunca mais fazer isso?
A amar "a partir de agora" do jeito certo?
E qual é o jeito certo? 
Quem definiu essas regras? Aonde elas estão, por favoooorrrr!!!

No meio desse amontoado de pensamentos e conjecturas, me pergunto e te pergunto:

Será, e isso é só uma possibilidade, que se você fez tudo isso e quebrou a cara, você não tenha feito o certo, tenha feito a sua parte, tenha dado o melhor de si para um amor, para uma relação? E se foi assim, isso foi um erro? Deveria ser diferente?

O amor não é matemática. Não é como se pudessemos dizer que 2 + 2 = 4.

Os relacionamentos nunca serão iguais, porque dois seres humanos NUNCA são iguais!!

Então, eu queria muitíssimo saber e talvez quem sabe, um dia eu possa entender! Já que quando as pessoas sofrem algum tipo de decepção amorosa, em algum momento da vida, elas aprendem. O que, afinal, elas aprendem? Porque tenho a impressão, ou melhor a certeza, de que não aprendi nada disso!

Aprenderam a desistir da entrega absoluta e irrestrita?
A desistir da infindável procura pela felicidade a dois (que é bem mais gostosa que a felicidade só)?
APRENDEM a se acovardar diante do novo e desconhecido?
APRENDEM a se esconder na "razão" para não admitirem que têm medo?

Eu preciso entender! Alguém poderia enfiar isso na minha cabeça tão passional?

Porque se for isso tudo que relatei aqui, sei lá, ter medo é tão humano! E ser humano é tão lindo...

Além do que, superar os medos não é vencer? Meu Deus!! Ninguém aprendeu isso?

Afinal: Não vale mais a pena arriscar-se por amor?

E se por medo ou prudência, você perder a chance de viver o grande amor da sua vida? Talvez ela também tenha o mesmo medo que você, talvez tenha APRENDIDO as mesmas lições, e então, vocês nunca se entregarão um ao outro por completo?

E se você estiver perdendo a chance de viver os seus melhores momentos, aqueles que quando tiver 90 anos, vai lembrar sorrindo?

"Ah, mas se não der certo, eu vou quebrar a cara, vou sofrer, e eu sei como é ruim, como dói!"

Sim é verdade, eu que o diga! Mas tem tanta coisa ruim nessa vida e que dói também, mas que a gente é obrigado a suportar... Como por exemplo a morte de um ente querido, e dessa não podemos nem mesmo fugir!

No entanto cada vez mais, assisto as pessoas a minha volta fugirem do amor. Por que?

Agora me diz: se tiver que doer, por amor não vale a pena?


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quarta-feira, 5 de maio de 2010

UMA CANÇÃO, UMA EMOÇÃO...

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Hoje, eu queria fazer minhas, as palavras da Ana Carolina, de quem sou fã incondicional. Aliás, de fato, se Deus existe, ele tocou a cabecinha dessa mulher com um carinho peculiar... Ela tem o condão de me emocionar além do limite!

 TRANCADO

"Eu tranco a porta
Pra todas as mentiras
E a verdade também está lá fora
Agora a porta está trancada
A porta fechada
Me lembra você a toda hora
A hora me lembra o tempo que se perdeu
Perder é não ter a bússola
É não ter aquilo que era seu
E o que você quer?
Orientação?
Eu tranco a porta pra todos os gritos
E o silêncio também está lá fora
Agora a porta está trancada
Eu pulo as janelas
Será que eu tô trancado aqui dentro?
Será que você tá trancado lá fora?
Será que eu ainda te desoriento?
Será que as perguntas são certas?
Então eu me tranco em você
E deixo as portas abertas (...)"


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POEMA

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DEVANEIO

Tristeza implacável, medo e desesperança me afagam
Até as mais doces recordações apagam
Inaceitável fraqueza, estúpidos receios...

As lágrimas por minha face escorrem
O meu pescoço longo vagarosamente percorrem
Só para descançar languidamente em meus seios...

O arrepio causado me lembra o toque, me agrada
Os teus dedos, as tuas mãos, tão sagradas
A matar com rara perfeição meus anseios...

Só, nessa cama gelada, ambiente isolado
Posso sentir o teu hálito, abafado
Em meus lábios, meus ouvidos... Devaneio!

Essa tua presença afasta todo o medo
Esquenta o maldito quarto esquálido
Acende a chama morta, incendeia!

No escuro sussurro teu nome, sempre teu nome...
Enquanto em meu corpo casto e com fome
Tua língua atrevidamente passeia...

Me toca com tamanha paixão e indolência
A um só tempo, é carinho e urgência
Desejo insano que tortura, me causa cegueira...

Num gemido anestesiado de amor e dor
Me sinto desfalecer em êxtase e torpor
Abro os olhos... Vazio... Cadê os teus braços? 


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DESABAFO E NOVIDADES

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Olá meus queridos leitores conhecidos e desconhecidos,

Topam um desabafo hoje? Então lá vai...

Sabe galerosa, eu relutei muito em fazer esse blog. Foi uma realização, que da concepção inicial (ideia) até o "no ar", levou bastante tempo, vários meses... Porque a realidade é que além de ter muita vergonha de expor meus poemas à época, especialmente porque nunca os consegui ver com bons olhos, nunca os apreciei e achei bons o bastante; eu também sempre tive o receio de que isso (o blog) acabasse se transformando num espaço pessoal demais...

Eu não queria ser tomada pelo impulso de sentar em frente ao computador e dizer: "Amigos, hoje eu acordei me sentindo assim, fiz isso ou aquilo, estou feliz ou triste, comi essa ou aquela porcaria, etc,etc...". Temi mesmo e confesso, que isso aqui virasse um "diário virtual", até porque, eu sou tão passional que logo minha vida toda estaria exposta e ridiculamente escrachada, hahahaha.

Então optei desde o princípio por postar só poemas, e escritos por mim! Depois achei legal dar dicas de livros, talvez de filmes, o que praticamente nem fiz (erro meu). 

Mas, como sou absolutamente mutável e inconstante, acabei por postar também poemas de outras pessoas, poemas que me tocaram, que são importantes pra mim... Acabei colocando até clipe de música com montagem de fotos e declaração de amor, feito por mim, pode isso?

Depois, totalmente tomada pela paixão, postei a belíssima música do Milton Nascimento, alguns pensamentos meus, crônicas... E quer saber? Não faço a mais remota ideia de onde isso vai parar... hahaha

A vergonha de expor as minhas pseudo-poesias eu já perdi faz tempo, a vergonha na cara, calma lá, ainda tenho alguma! Mas de viver e sentir, ahhh, disso eu juro, não tenho e não vou ter vergonha!!!

Se isso vai se tornar um blog mais pessoal, não sei, só sei que a maioria das pessoas que passam ou passaram por aqui, me conhecem, ainda que de relance, ainda que um tiquinho apenas... Esse não é em definitivo um blog POP, ele é pessoal mesmo!!

Foi meio complicado encarar essa realidade, mas é isso, quem aparece por aqui, ou vem porque gosta de mim, ou porque inexplicavelmente gosta das minhas poesias! hahaha

Então... A partir de hoje, me permitirei aqui, postar de tudo que passe pelo meu coração, e seja o que Deus quiser!

Ah! E por favor!! Eu conto muito com as opiniões e críticas de vocês, para melhorar esse espaço, sempre...

Beijocas estaladas sabor chocolate a todos.

Nat


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terça-feira, 4 de maio de 2010

CRÔNICA


Depois de um pequeno, muito pessoal e despretencioso discurso meu sobre emoção, que deu o que falar, já que pelo que notei, as pessoas são hoje bastantes racionais, me deparei com a pergunta de um amigo acerca da imprudência existente em não se ouvir o coração também.
E aí, quem me conhece sabe... Quando eu começo a pensar, divagar, e pior, escrever... Dá nisso:



 
VIVER NÃO É PRUDENTE!

E sabe de uma coisa? Que bom!! Prudência demais, reflete razão demais, e razão demais, remete à paixão de menos! Já pensou como tudo seria chato, tedioso, insosso e sem cor, se não houvessem riscos?

Somos seres racionais por natureza. É, "Deus" nos fez assim, dotados de um cérebro.  E ulalá, cérebro esse, pensante... Mas muito mais do que isso, nos fez seres carregados de sentimentos de todo o tipo e das mais variadas intensidades...

E não é aí que reside o espetáculo da vida? Nessa imprudência existente em viver no limiar entre a razão e a emoção? 

E que delícia, é não se deixar vencer sempre por esse tal de cérebro (não enquanto orgão, mas enquanto analogia à racionalidade), e pelo menos algumas vezes (no meu caso muitas) ser levada só, pelo coração (enquanto analogia à emoção)....

Eu tenho verdadeiro fascínio pelo ser humano, eu amo essa contrariedade de sentidos e sentimentos que ele possui, essa batalha interna que o homem trava durante toda a vida, acerca do bem do mal, do certo e do errado, da razão e da emoção, da indiferença e do amor...

As pessoas mais incríveis, aquelas que são de fato fantásticas, que passam por esse mundo e deixam marcas profundas, são aquelas que sem medo de errar (porque errar é humano), sem vergonha de parecer ridículo (porque ridículo é não tentar), sem vergonha de cometer loucuras (porque a real loucura é não cometer nenhuma); tiveram CORAGEM o suficiente para SENTIR, para SE JOGAR, para ARRISCAR, para SE ENTREGAR, para LUTAR insanamente pelo que acreditavam, para AMAR, AMAR e AMAR...

Ah! E não me refiro a amar uma pessoa, mas amar a vida, amar as coisas, amar uma flor, uma cachoeira, amar um bom livro, um bom filme, uma canção, AMAR (verbo transitivo?).

Você já conversou com uma dessas pessoas passionais e espetacularmente sensíveis? Quando elas começam a falar sobre aquela cena daquele filme, ou aquela canção, o fazem com tamanha empolgação, que elas mexem as mãos, seus olhos iluminam, seus rostos se enchem daquelas deliciosas expressões faciais variadas, algumas chegam a ter lágrimas nos olhos... Elas transmitem tanta, mas tanta paixão por aquilo que apreciam que a gente se contagia dessa emoção. Essas pessoas são mais do que fascinantes, elas são apaixonantes!

Sem querer compará-los enquanto importância histórica e religiosa... Mas Gandhi, Luther King ou Jesus, por exemplo e dentre toutros, amaram a humanidade com tal força, que deram TUDO por ela. Tinham uma PAIXÃO exarcebada por seus ideias humanitários, queriam mudar o mundo e lutaram por isso...

E aí eu pergunto: Paixão é racional? Eles foram racionais? Não!! Isso lhes custou a própria vida!! Dar a própria vida por uma causa que nem é só sua, é racional? Isso é EMOÇÃO, isso é CORAÇÃO, isso é AMOR, AMOR demais, AMOR e só! Só?

Será que eles estavam errados? Ou será que foram "imprudentes" o suficiente, para prudentemente ouvir seus corações, dar voz àquilo no que acreditavam, e com isso, fazer TODA A DIFERENÇA?

Reflito, reflito, reflito... Taí... EUREKA! Eu penso, logo, sou racional! 

Ainda assim, espero francamente não permitir NUNCA que a casca grossa da racionalidade excessiva me faça abandonar os instintos e o poder ilimitado que o meu coração tem de amar, só por amar, sem que haja nenhuma razão pra isso!

No mais, como diz a grande Ana Carolina: "que se danem os nós"! Eu mando às favas a razão que possa sequer ousar, tentar podar minha capacidade de ser APAIXONADA, LOUCA e CONTRADITORIAMENTE humana.

Eu não quero ser extremamente racional, eu não quero viver uma vidinha morna, eu não quero passar por aqui sem ter cometido ao menos uma loucura imprudentemente prudente, por amor à vida!

Intensa? Louca? Passional? Sonhadora? Que seja! Essa sou eu!


...

Euzinha, interpretando a crônica...
Pena que estava resfriada e a voz anasalada...
Mas se alguém quiser ouvir!! Aí vai:




segunda-feira, 3 de maio de 2010

POEMA

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RELICÁRIO

No chão coisas que ficaram para trás
Amores que se foram e não voltam mais
Prazeres intensa e devotamente vividos
Caminhos dolorosamente percorridos...

Recolho cada um dos fragmentos
Do que foi minha vida, meus momentos
Volto à infância, cheiro de saudade
Quando até a tristeza, era felicidade...

Nessa coleção de objetos do passado
Discos, poesias, retratos, rostos pálidos
Cartas de amor, anéis, arco-iris sem cor
Sentimentos vazios, espinhos sem flor...

Viro as costas, partindo dessa vida...
Ela não me deixa, não encontro a saída!
Atormentada pelos seus olhos, seu rosto,
seus pelos, sua voz, seu odor, seu gosto...

Você... Tanto tanto amor, meu relicário
Ah! Se eu sentisse seus lábios, só isso...
Trocaria a eternidade no purgatório
Por esse ínfimo instante no Paraíso!


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POEMA

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LANGUIDEZ

 Sempre aquela quase vontade
De novo aquele quase sentimento
Talvez cometa aquela quase maldade
Ou permaneça nesse quase isolamento

Inesgotável tédio mórbido reluz
Essa eterna inocência zombeteira
Que à cova rasa da futilidade conduz 
Submentendo-se malditamente sorrateira

Tão cheia de 'quase', no limiar da loucura
Um orgasmo intenso! Depois languidez...
Morte pode chegar agora, cessou a procura
Precisava sentir inteiro, uma última vez!


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sábado, 1 de maio de 2010

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BRASIL

Eles disseram que todos somos iguais
Os pobres, os ricos, no fim todos mortais
Esqueceram de avisar que nessa vida
Cada um briga sozinho pela sua fatia
E enquanto desfilam suas festas beneficentes
Chamam qualquer mendigo na rua de deliquente
Eles dizem que nossa hora vai chegar
A gente sorri amarelo e finge acreditar
Agora querem bondosamente salvar a natureza
Ah! Que maravilha, que grandeza!
Dizem que sem ela não podemos viver
E sem usurpá-la a riqueza, o que irão fazer?
Dizem até que nosso País nos pertence!
Verdade interessante ou mentira indecente?
Eles jogam a sujeira pra debaixo do tapete
E nas paredes? Reluzem os mais belos enfeites
O futuro se confunde com o passado
Mudam as figuras, os dados continuam marcados...
Mas a gente segue lutando, acreditando e sorrindo
Esse é o Brasil, tentam fazê-lo podre, mas ele é lindo!


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