sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

POEMA DE AMOR / SÚPLICA

*****



SE...

Se eu dissesse: 'eu te amo,
eu ainda te amo, eu te amo mais.'
Faria alguma diferença?
Isso nos traria de volta a paz?

Se eu dissesse: 'eu te quero,
eu ainda te quero, eu sempre te quis.'
Mudaria alguma coisa?
Você diria algo diferente do que diz?

Se eu dissesse: 'eu preciso de você,
eu ainda preciso, eu nunca deixei de precisar.'
O que seria de nós?
Poderíamos o sentimento de outrora resgatar?

Se eu dissesse: 'fique!
Fique agora, fique amanhã, fique a vida toda!'
Você ousaria aceitar?
Ficaria, só por realmente querer ficar?

Se... Eu não tivesse receio de tudo falar
me declarasse, gritasse, chorasse,
se eu te pedisse, implorasse...
Você voltaria a me amar?


*****

POEMA

*****



DIGA

Por que você insiste em carregar o medo?
Vive, revivendo sempre, as mesmas coisas
Seus novos, velhos e arcáicos momentos
Por um novo prisma, de um novo ângulo...

Mas são eles, ainda estão aí, tão presentes...
Por que se deixa dominar e apavorar tanto?
Por que permite que eles assombrem você?
Por que ainda conseguem lhe causar o pranto?

Olhe em volta, o tempo está passando...
As pessoas caminham, o mundo está girando
Você não sai do lugar, permanece parado
E eu estou aqui, continuo te esperando...

O que precisa, me diga, para que acorde?
Arranque essa vestimenta inútil e pesada,
Livre-se do passado, deixe de pensar no ontem
E sinta só o agora, e viva só o hoje, e ame!

Você se sente perdido, sozinho numa vala?
Não se envergonhe... Só diga, diga agora...
Tudo o que precisa ser dito, não guarde, essa é a hora!
Todas as palavras, sentimentos, não esconda nada.

Diga, coloque tudo para fora...

*****

UM POUCO DE CLARICE LISPECTOR

.

Pois é, eu nunca antes postei aqui poemas, crônicas e afins, que não fossem de minha autoria, com uma única exceção a um belíssimo soneto que ganhei de presente de um grande amigo e poeta...

Mas Clarice Lispector sempre foi, definitivamente, uma danada de tão talentosa. Oh, mulher encantadora, conhecedora excepcional da alma humana. 

Então, eis que lendo, relendo, re-relendo, lendo mais uma vez, uma outra e tantas quantas loucamente necessitei ler, senti uma vontade imensa de postar aqui um pouco de Clarice Lispector, que na realidade, nunca pode vir a ser pouco... Já que um "pouco" da obra dela, é o "muito" acerca do amor e da vida!!

E como tenho imenso apego e apreço aos dois sentimentos que considero os maiores: AMOR e CORAGEM... Aí vai...

Espero que apreciem como eu aprecio:


Meu Deus, me dê a coragem
Clarice Lispector

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.


****

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

POEMA? SEI LÁ! AMOR, SÓ AMOR...

***




AME

Ame muito
ame à exaustão
ame de qualquer jeito
ame com toda força do teu coração

Ame mais
ame com intensidade
ame com ou sem razão
ame sem medo, ame de verdade

Ame livremente
ame sem vergonha de amar
ame e se entregue por completo
ame, e no amor aprenda a se jogar

Ame sempre
ame sem restrições
ame sem amarras ou algemas
ame, só ame, sem regras ou proibições!

Mas ame... Seja como for...

***

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

POEMA DE... REFLEXÃO? SOLIDÃO?

*****




QUEM SABE...

Procuro uma nova palavra para talvez explicar
Não encontro! Está escondida em algum lugar...
Quanto tempo levarei para essa busca findar?
Queria só, tudo o que sinto aqui (em mim), expressar...

Solidão corrói minh'alma, mata-me, e em meu peito jaz
Necessito livrar-me dela, banhar-me nas águas da paz...
Não consigo! Está malditamente entranhada em mim
Faz-se única em meu ser, é começo, meio e fim...

Talvez devesse amá-la, torná-la minha companheira
Tirar dela o que preciso, tornar-me guerreira!
Não posso! Falta-me a força. Coragem cadê você?
Venha acalentar-me, devolva-me a vontade de viver...

Quisera eu fazer de ti, solidão, uma quimera
Rir à toa de mim mesma, de ti; ah! Quem dera...
Quisera ter a leveza de um passáro, livre, a voar
Ou pelo menos pernas fortes, para firme caminhar...

Quisera brindar a vida, por qualquer razão,
Chorar, sorrir, gritar, mas sentir, com o coração
Quisera ter um motivo real, para de felicidade festejar
Quem sabe olhar-me no espelho e ver-me enfim voltar...

Quem sabe...


*****

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

UM POEMA...

*****




COLADOS

Olhos, boca, palavras, gestos
Ganhos, perdas, sentimentos
Felizes, tristes, abjetos...
Vida dividida em momentos...

Braços, pernas, cheiros, gostos
Corpos, expressões, rostos
Céu, estrelas, lua, flores
Amantes, doentes de amores...

Sussurros, toques, presença
Dois em um, unidos, a crença
Almas e corações colados
Amor... Eternamente selado!


*****

Dica de Leitura: "AME E DÊ VEXAME"

.


Oi pessoal,

Hoje eu vim dar uma dica de leitura diferente...

Eu li há pouco, por indicação de uma pessoa sensacional, com quem tenho uma amizade e empatia deliciosamente anárquica, esse livro "Ame e dê vexame" do Roberto Freire.

Então o que dizer? Por onde começar?

Bom, quem me conhece sabe que eu sempre fui uma louca pelo amor, apaixonada por ele (amor) em todas as suas formas...

Eis que enfim, me deparo com esse livro e ao lê-lo, descubro que não existem formas de amar, existem apenas finalidades diferentes para cada amor, mas todos eles, em essência e intensidade são iguais, pois que são, simplesmente... AMOR!!

O autor encontrou uma maneira doce, linda e romântica de relatar e demonstrar isso, quando transcreve um diálogo, antes contido em um dos seus romances, e que ele usa novamente nesse livro. Um momento mágico em que um jovem pede a proteção de um senhor:

"- Proteger como?
- Com o teu amor.
- Meu amor?
- O teu amor por mim... o teu amor pelo meu amor por você!
Nos olhávamos de frente, tensos os dois. Eu estava perplexo e indignado. Amor? Amor por um menino? Amor de pai? Amor de amigo? Amor de irmão? Amor de amante? Eu pensava e exprimia as interrogações em palavras orais. Ele não respondeu nenhuma.
- Por que você não responde?
- Porque eu não sei, porque eu não quero nenhum desses tipos de amor de que você falou!
- E o que você quer então?
- Esse aí...
E tocou meu peito com a ponta do dedo. Relaxou a tensão nele. Sorriu e continuou tocando meu peito com a ponta do dedo.
- Todo esse aí..."


E assim, a cada página virada, eu via subtamente, todas as regras, tudo o que antes havia lido sobre o amor, ou tudo aquilo que "assistia" todos os dias acerca de relacionamentos amorosos, ser desmitificado e desmistificado, mais do que isso, ser cruelmente derrubado, sepultado mesmo!!

Aqui, ele trata do amor anarquista. Aquele no qual as pessoas se amam, só porque se amam, e são livres nesse amor e por esse amor.

Com o lema: "O seu amor, Ame-o e deixei-o livre para amar. Ame-o e deixe-o ir aonde quiser...", o autor nos dá uma abordagem de como amar sem prender, sem ver-se dono do ser amado. E mais, busca o entendimento de que "o amor não precisa ser uma condenação!"


Em certo momento ele diz:

"Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos completar. Somos um para o outro, deliciosamente desnecessários."

Esse tipo de amor, que ele prega e emprega em sua própria vida, e nos relata brilhantemente, requer um exercício constante, de liberdade para consigo mesmo e para com o seu amor.

Eu particularmente, pude perceber como vivemos numa sociedade controladora, impositora e autoritária e como isso infeliz e cruelmente, trancafia o amor, deturpa a visão do amor verdadeiro, aquele que é intenso, que é vivido, só porque se quer viver, sem quaisquer convenções pré-estabelecidas.

Algumas passagens do livro em especial, mexeram demasiado comigo, como quando ele diz:

"Custou-me muita dor, solidão e desespero aprender que sentir amor é uma potencialidade vital minha, é produção criativa da pessoa que eu sou e, para amar, dependendo apenas de mim mesmo!"

Sim, sim, sim!!! Meu Deus, eu me dei conta pelas palavras do Roberto que é exatamente isso, é como um "dom" com o qual se nasce!! Amar, não é, senão, uma potencialidade minha, com a qual nasci, precisando só, aprender a com ela lidar, de forma livre e anarquista... Para que seja bem sucedida... Enquanto durar...

Os vexames de amor por ele descritos são leves e gostosos e nos fazem querer, ansiar loucamente, por sermos amados assim, "amados de amor", amados com vexame, sem pudores, sem amarras, sem vergonha, amar amando, com intensidade, com loucura, com liberdade de amar.

Não. Não é fácil. O amor anarquista requer além de "força de vontade", talvez até, amadurecimento. Mas não é impossível, e se alcançado, é sublime, é plenitude, é êxtase!!

Para as pessoas que como eu, são apaixonadas pelo amor e tem acerca dele essa fascinação, para os que acreditam ser ele (amor) o todo que nos movimenta, o todo que importa, eu recomendo de coração esse livro.

Vou encerrando por aqui, com uma frase que acredito, resuma tudo:

"Tanto te soltei, que você me quis em todo lugar..."

É isso aí!! Espero que gostem.

Beijos ^^

ps: Vi, um obrigada especial a você!! Valeu pela dica =)


.

domingo, 24 de janeiro de 2010

UM QUASE POEMA DE AMOR

.

Só quero viver assim,
da minha maneira.
Eu só quero agir assim,
do meu jeito.
E poder te amar enfim,
sem reservas.
Da única forma que sei,
com entrega...

Só preciso me desfazer,
das amarras.
Para depois me prender,
tuas garras...
Aprender a esquecer,
os meus erros.
E me permitir viver,
sem nenhum medo.

Só posso me encontrar,
me perdendo...
Não devo mais continuar,
sobrevivendo.
Necessito teus lábios tocar,
fervendo!
E no êxtase do nosso amor acabar,
morrendo...


*****

UM SEI LÁ O QUE DE AMOR...

*****




TANTAS COISAS

Há tantas coisas
que eu quero que você saiba...
São tantas coisas
que eu espero que você entenda
Todas as coisas
que eu faria, para te ter agora
Distintas coisas
que vivo a imaginar, toda hora...

Há tantas histórias
sobre mim, que você desconhece
São tantas histórias
que eu preciso dividir com você
Todas as histórias
que vivemos antes, separados
Distintas histórias
que escreveremos, você e eu, lado a lado

Há tantos momentos
que lembraremos, com amor ou tormento
São tantos momentos
vivenciados com todo tipo de sentimento
Todos os momentos
Que passei, sem você, só sobrevivendo...
Distintos momentos
que vamos juntos, tornar contentamento

Há tanto amor
que desmonstrar a você, eu necessito...
É tanto amor
talvez você se assuste, até por instinto!
Todo o amor
que você me faz sentir, e ninguém mais
Distinto amor
tomou conta de mim... Como voltar atrás?


*****

sábado, 23 de janeiro de 2010

POEMA DE AMOR / DOR

*****




A PRESENÇA DA AUSÊNCIA

A presença da tua ausência
Está aos poucos a me matar
Até quando terei paciência?
Não consigo mais respirar!

Sem ouvir o som da tua voz
Estou vagarosamente a sufocar
Tomada pelo desespero atroz
Imploro que venha me salvar

Por favor me tire essa agonia
É insuportável esse pesar
Me dê um pouco da tua poesia
Me deixe, só me deixe te amar

As forças estão se esvaindo
A dor o meu corpo contagia
Necessito te ver surgindo
Me trazendo de volta alegria...

Por Deus, porque demora tanto?
Sinto, sei que estou morrendo
Só preciso do teu encanto
Então vem logo, venha correndo...


*****

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

POEMA DE AMOR

*****



AMOR AFLORA

Ah! Que saudades sinto...
De ouvir-te dizer que me amas
Revirava-me por dentro em reboliço
Queimava-me o peito em chamas

Ah! Por Deus, como ainda espero
O som intenso da tua voz ouvir
Oh! Só eu sei como quero e quero
Ver-te chegar a olhar-me e sorrir

Quão deliciosa és, Sra. incerteza
Pois ainda que amarga, tem sabor!
Tão diferente da tal da indiferença
Que insípida, não tem gosto ou odor

E como és, de fato, doce essa dor
Que meu coração frágil fomenta agora
Ela não é, senão o retrato do amor
Que intensamente, dentro de mim aflora...


*****

domingo, 17 de janeiro de 2010

UM DEVANEIO...

*****



CAMINHO

Caminho em busca da insensatez,
cansada da futilidade
dessa vida barata,
dessa normalidade amarga...

Não quero mais esse sorriso amarelo,
esse tal bom dia afetado,
dessas pessoas tão conhecidas,
malditamente desconhecidas!

Preciso me libertar,
escapar do corriqueiro,
dizer não ao mediocre,
deixar de estar entorpecida
por essa falsidade enlatada...

Observo as prateleiras da vida.
São tantas mercadorias frívolas,
sentimentos vendidos,
corpos comprados,
a preço de nada,
ou de uma bagatela qualquer...

Rasgo o último pedaço inteiro;
essa roupa apertada e sem graça
deixa minha pele assim,
pálida...

Quero vestir-me vibrante!
Caminhar por aí, errante.
Esbanjando charme e malícia,
quero ofuscar o sol,
que se dane!
Vou viver sem preguiça...

Quero me livrar dessa estúpida sensatez
quanto dela ainda vive em mim?
Um pouco, muito,
quase nada?

Na incerteza,
pois que não conheço o caminho,
me pergunto se haverão demasiados pedregulhos,
ou de quantos e tantos outros percalços serão feitos meu destino...
Haverá destino?
Ah! Destino...

Terei eu de andar por azulejos, terra ou mato?
Pode ser concreto!
Seja o que for, vou caminhar,
isso e só isso é certo!

Para chegar ao cume,
de onde hei de avistar e quem sabe entender,
pelo menos um pouco de tudo,
preciso só, continuar escalando...

Então abandono os antigos costumes,
tiro esse sapato apertado.
Ah, como é doce a sensação!
Meus dedos desafogados...

Estou respirando...

É! Respiro, e volto a respirar...
Olho para trás e posso ver meus passos marcados,
essa é a última vez que os vejo...

Levanto a cabeça,
sinto a brisa tocar-me suave o rosto
a paz me invade,
por apenas uma fração de tempo...
Suficiente tempo...
Estarei enfim, me libertando?


*****

POEMA - SOLIDÃO

*****



MEDO DA SOLIDÃO

Não me deixe só...

Porque ainda não aprendi a caminhar
Por mais que tente não posso me expressar
Porque em seus braços, sei, é o meu lugar
Porque sem ti, não consigo me encontrar

Então, não me deixe só...

Porque só,  não saberei o que, nem como fazer
Sem ti, precisarei encontrar outra razão pra viver
Não te peço mais nada, amor, paixão ou emoção
Não espero de ti nem mesmo, a mim, dedicação

Desejo apenas, que não me deixe só...

Quando tudo parecer irremediavelmente fora de lugar
E a tristeza, sem avisar, chegar e me abraçar
Quando a melancolia fizer o meu coração chorar
E a desesperança me impedir de continuar a sonhar

Por favor, não me deixe só...

Mesmo que nos meus olhos relute em olhar
Que não queria em teu corpo novamente me aninhar
Ainda que não permita os meus lábios, os teus beijar
Que me impeça de em teus ouvidos, com amor sussurrar

Ainda assim, não me deixe só...

E quando se acalmarem as águas revoltas do mar
Quando a tempestade negra, no céu, abrandar
Quando o furação, impiedoso, enfim passar
Quando a chuva, insistente, deixar de me machucar

Tudo o que espero, é que me deixe ficar...


*****

POEMA DE AMOR

*****




CATIVA

Quero ser um momento,
Um sussurro, um sorriso, um lamento
Ou quem sabe eu seja um lugar
Uma paisagem, um espaço, um pouco de ar...

Quero ser um motivo
Uma razão, uma tolice, um atrativo
Talvez eu possa ser uma parte
Uma fração, um inteiro, tua obra de arte.

Quero ser um sentimento:
Obsessão, êstaxe, paixão, sofrimento
Ou então, que eu seja um sonho
Um devaneio, um pesadelo, seu 'eu' risonho...

Quero ser uma poesia
Um verso de amor, de dor, uma rima
Quero só, morar no seu coração
Ser voluntariamente cativa dessa doce prisão!

Quero ser um pássaro e poder voar
Depois, nos grilhões do amor quero me acorrentar
Permita-me ser, para ti, uma coisa qualquer,
E juro-te, serei a melhor parte do todo que quer...


*****

sábado, 16 de janeiro de 2010

PELA VIDA, SUA...


Espero que você tenha sensibilidade...
Para ver tudo o que mundo oferece;
para apreciar a natureza,
a beleza existente numa crença,
numa divindade,
nas contrariedades da humanidade...

E se você fechar os olhos,
espero que ainda assim possa enxergar.
Não aquilo que vemos o tempo todo,
com eles abertos,
mas o que realmente importa...

Se você vier a adormecer,
espero que sonhe,
e ao acordar,
que não perca essa capacidade,
e continue a sonhar...

E porque é preciso ser feliz,
desejo que abra o seu coração,
que leia ao menos uma poesia de amor,
que ouça uma bela canção,
que se deixe dominar pela emoção!

Espero que dominado por ela,
sinta desejo.
Não o desejo morno,
o desejo mais ou menos que reside no comum.
Mas que pelo menos uma vez na vida,
sinta o desejo desenfreado, insano,
o desejo da paixão desmedida.

E sentindo,
espero que não seja só feliz,
mas que também sofra, que chore,
que esperneie e até, se desespere...
Porque assim sentir-se-á de fato, vivo!
E de quebra, ainda aprenderá a dar valor ao riso fácil,
às gargalhadas e às coisas aparentemente corriqueiras,
que trazem momentos de felicidade ao seu dia.

Se você amar,
e eu espero que ame!
Que ame sem medo...
Cometa ao menos uma loucura,
se permita ao menos uma estupidez,
que viva insanamente por um único momento,
mas que viva!

Espero ainda que não tenha do que se envergonhar
mas se tiver, que se permita,
se envergonhe.
E que se errar,
não tenha vergonha de pedir perdão,
pois a maior vergonha,
é ter vergonha de sentir vergonha.

Espero que antes de morrer,
você desfrute da sensação de andar descalço,
que você plante uma árvore,
leia um bom livro e viaje nele.
Que você perceba que existem muitas pessoas
que precisam de você,
mais do que você precisa delas,
e a elas então, você estenda as mãos.

Eu espero que você seja gentil,
que respeite o próximo,
que seja humilde,
mas que não seja, jamais, servil!

Espero que tenha coragem,
e faça dela sua maior virtude
que viva com ela a teu lado
e tire dela a força
para se desculpar,
para perdoar,
para viver,
para ser feliz,
para se permitir,
para amar!

Espero acima de todas as coisas,
que ao final da jornada,
você possa olhar para trás e dizer:
- Valeu muito à pena!
Porque só as coisas que valem a pena,
têm real importância.
E é com elas, que você terá escrito,
a sua verdadeira história!


*****

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

POEMA DE AMOR

*****




HOJE

Hoje, eu queria só, ouvir tua voz
E quem sabe ela me tirasse a dor
Levasse embora essa solidão atroz
Trouxesse luz, ou um pouco de cor

Hoje, eu queria só, olhar pra ti
E quem sabe, talvez, ver minh'alma
Quem eu sou, em seus olhos refletir
Banhar-me na paz que emana tua calma

Hoje, eu queria só, sentir teu gosto
E quem sabe em tua boca me embriagar
Deixar minha pele roçar no teu rosto
Por nossas sensações, deixar-me levar

Hoje, eu queria só, te ter aqui amanhã...
Para quem sabe, fazer tudo que não fiz
Viver o que ontem, tola, não me permiti
Amar-te como só em sonhos ousei admitir...

Para sempre...

*****

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

UM QUASE SONETO

*****

NATUREZA

Passeio pelos campos verdes
aprecio as flores coloridas
Sinto-me livre, sem paredes
sinto-me curada das feridas

Posso ver daqui, o infinito
O sol no horizonte a se pôr
O que pode ser mais bonito?
a natureza em seu esplendor

As pétalas, tão perfeitas...  
Desenhadas à mão. E o odor?
Exala o cheiro das violetas.

Esqueço-me de todo o horror
Das guerras, tão sangrentas...
A natureza dignifica o amor!


*****

SONETO

*****

INTACTO

Aonde estás? Ninguém viu!
Como estará o teu peito?
Procuras ainda meu leito?
Restará algo do que sentiu?

És tu, amor, tão insensato?
Ao menos, será, refletiu?
Ou tão somente desistiu?
Tu, continuas aqui, intacto...

A noite está escura e fria
Estará acompanhado enfim?
E eu só, nessa cama vazia...

Não! Permaneças aqui em mim!
És toda razão da minha alegria.
Sou tua, e tua serei até o fim...


*****

POEMA DE DESPEDIDA

*****




PASSADO

Tu, que já não me traz mais inspiração
Deixou de ser, da minha vida, a razão
Embora habite eternamente meu coração
Onde há de ficar, em absoluta solidão

Guardado, num cantinho chamado passado
Junto à imagens e palavras, lembranças
De gestos e sentimentos sem esperanças
Amor de outrora, completamente apagado

De ti, não almejo mais sequer um beijo
Tão esperado um dia, hoje não o desejo
Sabor antes doce, me enchia de alegria
Agora salgado, azedo, ácido em demasia

Renasci das cinzas de um amor renegado
Absolutamente entregue, usado e jogado...
Não me arrependo de nada, estou refeita
À ti digo, curada, livre, plena e satisfeita:

- Tu não sei, mas eu; ahh... Eu amei!



*****

POEMA DE AMOR

*****




MARCAS

Ninguém, nunca, vai ocupar o meu lugar
pode tentar, gritar, espernear, rezar...
O tempo vai passar, e eu, sempre estarei,
aqui, ali, em todo lugar... Em ti viverei...

As tentativas de me esquecer serão em vão,
as lembranças hão de te machucar o coração.
Se a outros braços, ousar se entregar,
seus pensamentos, só em mim vão estar.

Parece impossível que tenha acabado assim?
Não acabou! Um amor não termina no fim...
Nem a distância, tão implacável, pode deter,
corações que em uníssono insistem em bater.

Vai procurar, inutilmente, novas sensações,
só em mim, saberá, encontra todas as emoções...
E quando olhar, desesperançoso para o mar,
verá meu rosto... Cabelos soltos a voar...

Com a brisa, teus lábios suavemente beijarei,
o fogo apagado, em ti, novamente acenderei...
Sentirá meu gosto, só o meu em tua boca,
ele estará presente em qualquer outra.

De olhos fechados ou abertos, há de sonhar,
curvas do meu corpo, é por onde vai viajar...
Meu toque, sabor, minha voz é a que vai ouvir,
tentará à exaustão, cansará enfim de desistir!

Necessidade de ser feliz há de te atormentar,
tudo que vivemos, marcas que vai rememorar...
Enganando-se, seguirá nessa busca até o fim,
há de voltar, depois, pro teu lugar, em mim...

*****