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Outro dia, um amigo levantou a questão sobre sentir e ser sentido, sobre o tal do crescimento espiritual que tanto almejamos, e isso me fez refletir... Quando reflito, escrevo...
CRESCIMENTO PESSOAL
Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa completamente doida pelo amor, em todas as suas formas, e que minha vida é pautada nisso mesmo, no tanto absurdo de amor que dou, e no que eventualmente recebo das pessoas que me cercam.
Mas aprendi e venho aprendendo, que isso não pode tornar-se algo que me machuque enquanto ser humano...
Sim! Eu amo as coisas e as pessoas, tenho meu jeito próprio de amá-los, seja esse jeito certo ou errado, eu aprendi a me aceitar assim, como sou!
Se eu posso nessa jornada machucar alguém, ou deixar de "perceber" algo? Sim, evidente que não só posso, como inevitavelmente vou... Sou humana!
O que não dá, é para viver a vida se desculpando por ser quem se é!
A vida é uma busca constante pelo crescimento? Sim, é.
Pelo crescimento espiritual? Principalmente!!
O auto conhecimento é importante? É muito. Mas é também doloroso e utópico.
A realidade é que somos, ainda que sem intenção, em grande maioria hipócritas, acreditamos que crescer espiritualmente é aprender a amar e ser amado, é dar valor às pessoas que nos cercam, é amar sem exigir ser amado, mas não, não é só isso!!
Não vejo como se possa falar em crescimento espiritual, enquanto se passa por uma criança na rua, suja e com fome e não se faz nada. Quando se vê um senhor de idade vendendo bugigangas num farol, com um sol de 40 graus nas costas, e acha-se tudo isso normal, corriqueiro e parte do cotidiano. Ou ainda que não ache normal, não se pare o carro, ofereça ao menos uma água, e principalmente, não se chore muito na cama a noite, por sentir-se incapaz de fazer mais!
Crescimento espiritual real, só se atinge, quando se ama a TODOS da mesma maneira. Ama-se o ser humano, sem distinção!!
E nessa busca incessante por conhecimento e crescimento espiritual, quase que irreal e inacansável, evidentemente que, bem ou mal, sempre crescemos, mas precisamos estar cientes de que teremos infinitamente mais frustrações do que satisfações.
É difícil, mas precisamos aprender a perceber... Perceber tão somente... Perceber qualquer pessoa, mesmo aquelas que não nos amam, mesmo e especialmente aquelas que nem sequer conhecemos!
Não há que se pedir desculpas o tempo todo, porque acreditamos ter sido negligente com alguém. Simplesmente porque somos humanos, que erram, que acertam, que percebem algumas coisas, mas que deixam escapar outras...
A vida é assim, e assim é que são as pessoas fascinantes, aquelas que possuem defeitos suficientes, para não almejarem ser perfeitas!
A realidade é que ninguém, nunca, vai alcançar o crescimento espiritual, o amplo auto conhecimento, e essa maturidade acerca de si mesmo e das outras pessoas, enquanto não abandonar seu próprio estilo de vida, enquanto não abdicar de todas as coisas materiais, em prol da humanidade...
É justamente isso, que faz e fez de alguns homens, mais do que homens apenas, mas pessoas realmente superiores espiritualmente, como Gandhi, Jesus, Sidarta Gautama, dentre poucos outros...
O que nos resta então?
Sempre teremos escolhas... Podemos escolher viver para a humanidade, viver para fazer mais do que uma pequena diferença; ou podemos aquietar nossos corações e deixarmos de exigir tanto de nós mesmos.
E aí, tomada a decisão, que possamos fazer a nossa parte, em nossa comunidade, com os nossos, sem nunca deixar de espalhar bondade, mas sem pretender ser o que não somos!
Que possamos então, levar a vida com mais leveza....
E se tivermos que amar, e eu espero honestamente que amemos muito, amemos apenas por amor, amemos do nosso jeito, e ele há de ser o jeito bom e certo para alguém!
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