P R I S I O N E I R A
Se você não pode simplesmente ser aquilo que é, então qual é a razão? A razão de viver, de existir, de estar aqui?
Se você é assim, se foi "feito" assim, ou se desse jeito o meio em que vive te formou, acentuando seus defeitos, virtudes, sua personalidade...
Se dos erros e acertos, das felicidades e dos tropeços, foi só, ou tudo o que de você restou... Se esse é o "eu" que você construiu, que você encontrou; então qual o problema em ser assim, quem você é?
Se você vive, ainda que sem perceber ou querer, sentindo o que sente, fazendo o que faz, tendo as necessidades que tem, sendo o que é de verdade, o que pode haver de errado?
Tantos "porques", tantos "será" e "talvez"... Infinidade de perguntas. Aonde estarão guardadas as respostas? Existirão?
Haverá sequer um ser humano normal? Não procurará esse então pela loucura? Quais serão as suas perguntas?
Se você é assim, se foi "feito" assim, ou se desse jeito o meio em que vive te formou, acentuando seus defeitos, virtudes, sua personalidade...
Se dos erros e acertos, das felicidades e dos tropeços, foi só, ou tudo o que de você restou... Se esse é o "eu" que você construiu, que você encontrou; então qual o problema em ser assim, quem você é?
Se você vive, ainda que sem perceber ou querer, sentindo o que sente, fazendo o que faz, tendo as necessidades que tem, sendo o que é de verdade, o que pode haver de errado?
"Por que sou assim? Por que tenho que ser assim? Por que todas as coisas precisam sempre, e tão invariavelmente, me tocar tanto, de forma tão profunda e visceral? Por que não posso ser eu, um ser humano normal? Por que?"
Tantos "porques", tantos "será" e "talvez"... Infinidade de perguntas. Aonde estarão guardadas as respostas? Existirão?
Haverá sequer um ser humano normal? Não procurará esse então pela loucura? Quais serão as suas perguntas?
CADÊ A CHAVE?
É tão sensatamente maluca a maneira como as pessoas mesmo sendo tão diferentes, aprendem a lidar com suas desigualdades, de forma igualmente contraditória... Opressora, benigna, julgadora, solidária, voraz, implacável.
É isso, somos implacáveis!
Diferente e implacavelmente humanos...
Em uma dessas minhas "viagens", procurando por palavras que eu sabia de antemão não iria encontrar, mais uma vez me despi de mim mesma, contaminada por aquela maldita emoção exagerada que me toma, por aquela maldita emoção exarcebada que me expõe, por essa maldita emoção doentia.
Alguém, que obviamente julguei mais insensato que eu, ousou me dizer que eu tinha sorte. É sorte! De ser como sou, de não ter vergonha, de ter coragem de me mostrar assim... Como sou.
Disse mais do que isso, disse que eu tinha sorte de sentir tanto, tudo... Porque a razão, a razão aprisiona a alma e o coração...
Nossa... Como que num turbilhão louco, eu entrei de cabeça nessas palavras e à deriva naveguei, assim, sem rumo, sem prumo, sem nada nem ninguém...
Pensei, refleti... Repensei...
Por um instante qualquer, que não sei dimensionar, me senti L-I-V-R-E!
Claro, a razão aprisiona o coração, limita o ser humano, não permite que ele simplesmente se deixe levar... A razão é companheira do medo, da falta de coragem, da sensatez estúpida, que nos impede de viver a melhor parte da vida, aquela que vivemos com o coração!
Ai lembrei do Pequeno Príncipe que há tantos anos, dentre tantas e inúmeras lições de vida e humanidade, já havia deixado uma, fundamental: "Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos." **
Mas fui e sou obrigada a cair em mim novamente, não posso me esconder e fugir daquilo que sou!
Como posso esquecer o quanto e quão veementemente acreditei haver algo errado comigo? E as inúmeras vezes em que desejei aterradoramente mudar, as milhares de vezes que tentei, naquelas que com força atroz, me debatendo, pecando, errando, chorando... Lutei?! POR DEUS, COMO EU LUTEI!
E essa luta voraz, essa tentativa torpe de ser melhor, ou pelo menos quem sabe, diferente... Ahhh, essa luta, pra mim mesma eu perdi! Nessa, eu não consegui me vencer...
Me vem à mente a tal da coragem... E sabe? Se eu escrevo, se coloco para fora, se me dispo de mim mesma, se desnudo minha alma, é por necessidade, e não desejo ou coragem!
Fui e serei sim julgada! Se dói? Dói muito! Mas foi, é e será sempre assim. Nem todos concordarão, aceitarão ou sequer acreditarão em mim...
O fato, é que nenhum deles poderá mudar a única realidade: o ser que essencialmente sou e não consigo deixar de ser!
Uma prisioneira. Prisioneira do meu coração, da minha alma... Prisioneira eterna dessa imensidão, desse infinito assustador de emoção! ♥
** Citação do livro "O Pequeno Princípe" de Antoine de Saint-Exupery
♥♥