quarta-feira, 23 de março de 2011

Outra loucura...



P R I S I O N E I R A 


Se você não pode simplesmente ser aquilo que é, então qual é a razão? A razão de viver, de existir, de estar aqui?

Se você é assim, se foi "feito" assim, ou se desse jeito o meio em que vive te formou, acentuando seus defeitos, virtudes, sua personalidade...

Se dos erros e acertos, das felicidades e dos tropeços, foi só, ou tudo o que de você restou... Se esse é o "eu" que você construiu, que você encontrou; então qual o problema em ser assim, quem você é?

Se você vive, ainda que sem perceber ou querer, sentindo o que sente, fazendo o que faz, tendo as necessidades que tem, sendo o que é de verdade, o que pode haver de errado? 

"Por que sou assim? Por que tenho que ser assim? Por que todas as coisas precisam sempre, e tão invariavelmente, me tocar tanto, de forma tão profunda e visceral? Por que não posso ser eu, um ser humano normal? Por que?"

Tantos "porques", tantos "será" e "talvez"... Infinidade de perguntas. Aonde estarão guardadas as respostas? Existirão?

Haverá sequer um ser humano normal? Não procurará esse então pela loucura? Quais serão as suas perguntas? 

CADÊ A CHAVE?

É tão sensatamente maluca a maneira como as pessoas mesmo sendo tão diferentes,  aprendem a lidar com suas desigualdades, de forma igualmente contraditória... Opressora, benigna, julgadora, solidária, voraz, implacável. 

É isso, somos implacáveis! 

Diferente e implacavelmente humanos...

Em uma dessas minhas "viagens", procurando por palavras que eu sabia de antemão não iria encontrar, mais uma vez me despi de mim mesma, contaminada por aquela maldita emoção exagerada que me toma, por aquela maldita emoção exarcebada que me expõe, por essa maldita emoção doentia.
 
Alguém, que obviamente julguei mais insensato que eu, ousou me dizer que eu tinha sorte. É sorte! De ser como sou, de não ter vergonha, de ter coragem de me mostrar assim... Como sou.

Disse mais do que isso, disse que eu tinha sorte de sentir tanto, tudo... Porque a razão, a razão aprisiona a alma e o coração...

Nossa... Como que num turbilhão louco, eu entrei de cabeça nessas palavras e à deriva naveguei, assim, sem rumo, sem prumo, sem nada nem ninguém... 

Pensei, refleti... Repensei...

Por um instante qualquer, que não sei dimensionar, me senti L-I-V-R-E!

Claro, a razão aprisiona o coração, limita o ser humano, não permite que ele simplesmente se deixe levar... A razão é companheira do medo, da falta de coragem, da sensatez estúpida, que nos impede de viver a melhor parte da vida, aquela que vivemos com o coração!

Ai lembrei do Pequeno Príncipe que há tantos anos, dentre tantas e inúmeras lições de vida e humanidade, já havia deixado uma, fundamental: "Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos." **

Mas fui e sou obrigada a cair em mim novamente, não posso me  esconder e fugir daquilo que sou!

Como posso esquecer o quanto e quão veementemente acreditei haver algo errado comigo? E as inúmeras vezes em que desejei aterradoramente mudar, as milhares de vezes que tentei, naquelas que com força atroz, me debatendo, pecando, errando, chorando... Lutei?! POR DEUS, COMO EU LUTEI!

E essa luta voraz, essa tentativa torpe de ser melhor, ou pelo menos quem sabe, diferente... Ahhh, essa luta, pra mim mesma eu perdi! Nessa, eu não consegui me vencer...

Me vem à mente a tal da coragem... E sabe? Se eu escrevo, se coloco para fora, se me dispo de mim mesma, se desnudo minha alma, é por necessidade, e não desejo ou coragem!

Fui e serei sim julgada! Se dói? Dói muito! Mas foi, é e será sempre assim. Nem todos concordarão, aceitarão ou sequer acreditarão em mim...

O fato, é que nenhum deles poderá mudar a única realidade: o ser que essencialmente sou e não consigo deixar de ser!

Uma prisioneira. Prisioneira do meu coração, da minha alma... Prisioneira eterna dessa imensidão, desse infinito assustador de emoção!  ♥



** Citação do livro "O Pequeno Princípe" de Antoine de Saint-Exupery



♥♥

segunda-feira, 14 de março de 2011

Texto/Crônica



IRRACIONAL? E DAÍ?


Aqui, bem aqui dentro do meu peito, bate, vibra, inquieto e louco, um coração quase que alucinado. E ele bate com tanta vontade, tanta sede de vida e intensidade, que mesmo ciente de toda a incoerência, insensatez, da falta de razão, da estupidez, ele continua batendo assim, e só assim ele consegue bater.

Sofrendo, sorrindo, chorando, ou seja lá o que for, eu, e ele que me move, seguiremos assim, SENTINDO...

Sabe, as vezes é difícil ver-se um ser assim tão passional, emocional, muitos diriam irracional!

Mas a verdade é que nem por um segundo sequer posso tolerar a absoluta falta de sentidos, o vazio de sentimentos, a acomodação, a quietude da alma, o breu, o vácuo, a paz proveniente do nada...

Mil vezes a dor de ter me entregado, me encantado, me iludido, me decepcionado.

Mil vezes ter me deliciado, rastejado, enlouquecido, me lambuzado e me humilhado.

Mil vezes o engano de ter vibrado, acreditado... E me machucado...

Mil vezes essa inquietude que me corrói por dentro, essa visceralidade que me move, que me faz sentir tudo, tão fortemente, tão ardentemente, tão com-ple-ta-men-te!

Milhares de vezes grito e repito, com todas as letras e sem titubear, milhares de vezes ter A M A D O!!

Centenas de milhares de vezes ter sentido e continuar sentindo TUDO, cada segundo, cada movimento, cada partícula de dor, de amor, de tempo; ao entorpecimento indiferente provocado pela covardia de não ter sequer arriscado.

Por isso, eu, que nada sei, nem sobre o amor, nem sobre coisa alguma, quanto mais observo o mundo, as pessoas à minha volta, seus encontros e desencontros, ilusões e desilusões... Quanto mais confusa fico, quanto mais percebo a minha falta de domínio sobre as pessoas, as coisas e as vezes até sobre a minha própria vida...

Contraditória e insanamente, carrego mais e mais a certeza, de que nunca, jamais, aconteça o que acontecer, doa o quanto doer... Não importa, eu não serei enterrada viva! Eu me recuso!

E enquanto houver um resquício de ar, enquanto houver uma lufada, uma brisa, uma centelha de esperança, eu não desistirei daquilo no que realmente acredito, que é tudo, que é a razão de existir, que é a própria vida... Daquilo que é e sempre será começo e fim, o não e o sim, em você e em mim... O AMOR!!



quinta-feira, 10 de março de 2011

Poema


 SE


Se eu lhe pedisse ardentemente um beijo
E tu, ousado, loucamente me concedesse
Saciaria momentânea ou eternamente meu desejo?

Se eu lhe rogasse por um único abraço
Se com ternura, ainda que falsa, me desse
Estaria em seus braços meu lar, meu regaço?

Se eu quisesse só, um pouco de carinho
E com um tanto dele, tu me presenteasse
Teria eu com isso, encontrado o caminho?

Se de joelhos eu lhe implorasse por amor
E por um motivo qualquer, tu me amasse
Mataria, arrancaria do meu peito essa dor?

Se eu pudesse conhecer o teu maior segredo
Se dele fizesse parte, se os mistérios desvendasse
Isso expulsaria de mim milagrosamente, o medo?

Se eu deixasse de em ti e só em ti, tentar a cura
Se pra dentro de mim com sinceridade olhasse
Cessaria enfim essa insana e doentia procura?

Se eu parasse de em ti infinitamente buscar e buscar
Se nos detalhes, na jornada, mais atenção prestasse
Não viria eu, de coração aberto, à verdade encontrar?


Texto

 ♥

SÓ MAIS UM PENSAMENTO SOBRE O AMOR...

Eu sempre me pego pensando em porque maldição eu sou assim, tão estupidamente romântica, inocentemente sonhadora.

Talvez eu seja fruto de uma geração em que os relacionamentos são superficiais, em que as pessoas não se abraçam com frequência, em que é dificil ouvir alguém dizer para o próprio pai: "Cara, eu amo você!".

Para uma pessoa intensa como eu, talvez isso, essa superficialidade tenha gerado bem aqui dentro, uma espécie de carência desse tipo de afeto, desse carinho genuíno, desse querer bem por querer bem, sem que seja necessário motivo, explicação...

Esses dias eu vi um filme que me fez ver tudo sobre uma seguda perspectiva... A de que talvez eu seja assim porque eu cresci completamente influenciada pelo romantismo doloroso do pop rock.

Eu aprendi a viajar ao som do Bon Jovi cantando "I'll be there for you", Guns N' Roses e seu "Patience", Lulu Santos sendo o "Último Romântico", os Paralamas ensinando que "saber amar é saber deixar alguém te amar", avisando "cuide bem do seu amor, seja quem for", e mostrando como "a gente até odeia quem ama, por quase um segundo, mas que depois, a gente ama mais"...

Pra acabar de melar a história toda, tem aquele tal de Cazuza né? Esse é culpado sem direito a julgamento! Me fazer acreditar que ser tão estupidamente exagerada é normal! Que é normal eu deixar de respirar, que é normal eu morrer de fome, se você não me amar!!

E como se não bastassem as trilhas sonoras, ainda houveram os filmes e livros de amor, ahhh, esses imperdoavelmente me reviraram a alma, me fizeram o avesso do avesso do avesso... Neles, com eles, por eles, senti dor, piedade, paixão, torpor... 

Como esquecer a última cena de O Paciente Inglês "- Eu sempre te amei"... essa fala, essa cena, essa, ainda que eu viva 500 anos, essa não vai me abandonar!

E os poetas? Desses me recuso sequer a falar... Malditos sejam! Bando de fingidores, que fingem tão completamente, que chegam a fingir que é dor, a dor que deveras sentem!

Será? Será que sou mero produto tolo de uma geração artística que me fez acreditar piamente numa ilusão, numa história inventada?

Ah eu não quero acreditar... Porque já senti na pele a força e o poder desse sentimento insano e mágico, que alimenta a alma e corrói as vísceras a um só tempo!

Seja lá quem ou o que é responsável por esse ser estranha e peculiarmente exagerado e romântico que me tornei, tudo que importa ao final, é que por mais que eu tenha tentado, eu não sei mudar, não sei ser diferente, não sei ser INDIFERENTE.

Eu ainda choro ouvindo uma música de amor! Eu ainda choro assistindo Casablanca ou lendo Neruda, e, pior, eu ainda acredito, acredito, acredito, e não sei deixar de acreditar nesse tal de amor!

Como podem as pessoas ter tanto medo de se entregar? De se relacionar, se envolver, se apaixonar?

Tá, você pode sofrer? Pode errar? E daí? Nós cometemos tantos erros na vida em nome de coisas tão banais...

Então, por que? Que se danem os erros, os medos, enganos, impedimentos, tudo! Isso é tão pouco, é tão nada, se você puder sentir nessa vida, por cinco minutos, a magia de encostar as suas mãos na de alguém e sentir o seu corpo levitar...

Se vc puder recostar a cabeça em seu peito e saber que ali está o seu pedaço preferido no mundo, o seu universo particular...

Se você fizer aquela pessoa sorrir, e ver no sorriso dela o verdadeiro significado da felicidade...

Se mergulhar em seus olhos na certeza de que ali, é definitivamente, o lugar aonde você gostaria de se afogar!

Se você puder, ao menos uma vez na vida, sentir-se pleno ao lado de alguém, só por tê-la ali, naquele exato pedacinho de tempo, ao seu lado, só pra você, só por você...

Se você puder sentir uma única vez o poder, o contentamento, a plenitude, o encantamento, o êxtase, a SUBLIME sensação de AMAR...

Ah! Você ousaria dizer, que acontecesse o que acontecesse depois, não teria valido a pena?

Você ousaria dizer que a melhor parte da vida, não é, definitivamente, saber amar?




terça-feira, 1 de março de 2011

♥♥♥


Vivi cada momento, cometi cada loucura, e dentre os poucos acertos, os inúmeros erros, as pessoas que machuquei e as que loucamente amei. Levo comigo a intensidade, de todo momento, de cada  passo, de uma vida que talvez não tenha feito sentido algum. Ou talvez tenha... Quem vai saber? 


Já não tenho dedos pra contar
De quantos barrancos despenquei
E quantas pedras me atiraram
Ou quantas atirei
Tanta farpa tanta mentira
Tanta falta do que dizer
Nem sempre é "so easy" se viver
Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão
Mas o AMOR me cura
De uma loucura qualquer (...)
Estúpida, insensata, louca, infantil,
inocente, carente, demente, 
romântica, ridícula, intensa,
intensa, intensa, intensamente intensa....
E se isso for algum defeito
POR MIM TUDO BEM!!
TUDO BEM, TUDO BEM!!


Dei uma mexida bem particular nessa pérola do Lulu... Mas é só mais um errinho tolo, é só mais uma bobagem, da qual nem se orgulhar, nem se envergonhar...

Humanamente....

♥♥♥