sexta-feira, 20 de novembro de 2009

POEMA

*****




MIRAGEM


De longe avisto cada curva e forma,
e por mais longe que esteja
posso reconhecer,
a silhueta de um corpo qualquer,
que não é qualquer corpo,

é o seu...

Nas areias claras e quentes
a sombra desenha as formas perfeitas
daquilo com que sonhei
por tanto tempo,
calada...

O sol brilha incandescente,
bronzeando tua pele
e esquentando meu coração
que queima, que arde, que pulsa,
fremente,
está vivo!

Dominada por esse sentimento novo
(sentimento?)
Estranho,
incomum,
intenso...

Me pergunto como agir.
Fugir?
Seguir?
Me pergunto porque insisto tanto em me perguntar...
Importa?

Tiro meus chinelos,
Sinto a brisa do mar bater-me no rosto,
faz-me bem,
torna-me nova, renovada,

Vem à boca aquele sabor,
ah! Doce sabor...
Sabor de querer ser amada...

Minha saia branca rendada parece querer voar
como quem dança ao som do vento
seguindo o teu movimento,
ousada...

Te vejo a se mover,
és Apolo,
e como um Deus vai ao mar...
Costas, pernas, pescoço
andar que parece gritar

Estas me chamando?
Hipnotizador canto das sereias?
Tu, continuas calado...

Mas o canto não cessa,
chamar que ecoa em meus ouvidos,
me domina,
faz-se irritante agora...

Preciso adentrar essas águas,
quentes ou frias,
calmas ou revoltas,
só quero um pouco da espuma
esse punhado branco de onda,
o resto não importa,
só tenho que mergulhar...

Quando penso ir contra,
me empurro em tua direção.

Assito à imagem, única imagem
das ondas batendo em tuas pernas com força
e aquela porção de água se debatendo,
voando,
ao teu encontro,
e para longe de ti,
para depois, em minha mente,
fazer-se eterna...

Eternizada também em meu coração?

Esse segue assim,
sem entender,
mas acelerado.

Apaixonado?
Talvez.
Ou talvez seja só...

Mais uma miragem...

*****

Nenhum comentário:

Postar um comentário