quarta-feira, 3 de março de 2010

POEMA DE AMOR

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REVÉS

És dualidade que habita em mim
Meu começo, meio e fim
Misto de alegria e tristeza
És minha dúvida e minha certeza

Reune em ti o tudo e o nada
Meu passageiro e minha morada
És para mim, o bem e o mal
Calor primaveril, brisa outonal

És minha segurança e meu medo
Cada erro, todo e qualquer acerto
O sol que brilha e a escuridão
Minh'alma, corpo e meu coração!

És terra, mar, és céu e ar
És todo o ódio, e o meu amar
O encontro e a infindável procura
Minhas chagas e também minha cura!

És o relativo e o absoluto
Meu nascimento e o meu luto
És bendito, e ao revés maldito
dentro do fim, és o infinito

Desejo, pecado, perdão e cândura
És em mim, inocência e lúxuria
Do pedaço o inteiro, do todo a metade
És meu sonho, envolto em realidade

És num só, o puro e o mundano
Para mim, o sagrado e o profano
És a sensatez e a insanidade
Toda mentira e cada verdade

És meu Olimpo, meu Coliseu
Único Rei, Deus que é só meu!
Dá a mim, o que nenhum outro deu
És dentro de mim, tudo o que é teu!


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