segunda-feira, 3 de maio de 2010

POEMA

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RELICÁRIO

No chão coisas que ficaram para trás
Amores que se foram e não voltam mais
Prazeres intensa e devotamente vividos
Caminhos dolorosamente percorridos...

Recolho cada um dos fragmentos
Do que foi minha vida, meus momentos
Volto à infância, cheiro de saudade
Quando até a tristeza, era felicidade...

Nessa coleção de objetos do passado
Discos, poesias, retratos, rostos pálidos
Cartas de amor, anéis, arco-iris sem cor
Sentimentos vazios, espinhos sem flor...

Viro as costas, partindo dessa vida...
Ela não me deixa, não encontro a saída!
Atormentada pelos seus olhos, seu rosto,
seus pelos, sua voz, seu odor, seu gosto...

Você... Tanto tanto amor, meu relicário
Ah! Se eu sentisse seus lábios, só isso...
Trocaria a eternidade no purgatório
Por esse ínfimo instante no Paraíso!


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