quinta-feira, 12 de novembro de 2009

POEMA DE AMOR E SÚPLICA


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NUA

Lembranças brotam lentamente
Suas imagens refletem...
Saudades latente
Pensamento persistente

Meus lábios rosados que um dia foram amados
Agora estão vermelhos e inchados
Meus olhos marejados, cansados
Ombros pesados... carregados

Saio à rua sem tempo
Cabelos soltos balançam ao vento...
Madrugada fria me abraça
Memória pouco a pouco me mata

Vento forte impiedoso sopra em mim
Leva consigo tudo o que havia aqui
Deixa só mais medo e solidão
Pés descalços a gelar nesse chão...

Estou a mercê de nem sei o que
Desprotegida em meio a solidão
Assolada por todo tipo de sensação
Dor, aflição, pesadelo, sofreguidão..

Não vejo razão..

Me dispo de tudo
Dos objetos, das roupas
Das intenções
Do que é certo

Fico nua..

E nua continuo a vagar pela rua
Madrugada gelada
Alma devastada
Procuro tua porta, só pode ser a tua...

Experimentar outra vez
Só mais uma vez...

Teu beijo com meu gosto
Tua pele com meu corpo...
Teu cheiro em mim impregnado
Teu corpo ao meu entrelaçado..

Sem camuflagens
Tiremos as máscaras
Dessa vez por inteiro
Amor puro e verdadeiro

Desejos obscuros
Sonhos secretos
Tudo revelado
Tudo relevado...

Amor inevitável
Eterno e implacável
Amor vivo em meu peito
Aquele amor do nosso jeito..

Abre a porta enfim
Olha espantado pra mim

Te vejo...

De todas as partes desse amor
Me diz, de todas elas
O que foi que para ti restou?


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Um comentário:

  1. O pior dá dor, é sabe-la sem cura. Nat, teu poema, é divino, como teu espírito. 001.

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