domingo, 28 de fevereiro de 2010

POEMA

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DOENTE DE PAIXÃO

Tu és, único alimento perene da minh'alma
Antes nula, por ti a ferro e fogo marcada.
Inquietude que me revira, olhar que me cega
Busca pelo encantamento, ausência sem trégua...

Quero o bálsamo do teu elixir a me embriagar
Todas as emoções, sem vicissitudes, sem quedar
Beber no teu cálice sagrado, por mim idolatrado
Sentir o prazer, nunca antes por outra provado.

Vejo em ti a profanação implícita na procura
Transborda meu corpo, me fazendo suar em luxúria
Finda eternamente, por um momento, a necessidade
Até ser novamente dominada pela insana vontade...

Que como lâmina afiada, acutilando, me fere
Me conduz ao inferno, me queima em febre
Num luxo radioso de quimeras e tentações
Provoca dúvida, certeza, infinitas sensações.

Me pergunto se haverá para esse amor um fim.
Morrerá de fato, será passado, enterrado em mim?
Ou rumarei ao abismo, cairei... Doente de paixão?
Na euforia do desespero, sobreviverá meu coração?





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